Mãe de santo alagoana ingressa com ação contra ex de Henri Castelli

A polêmica envolvendo a ex-namorada de Henri Castelli, Juliana Despírito e a mãe de santo, Mãe Neide Oyá D´Oxum, ganhou mais um capítulo esta semana. Os advogados da religiosa reuniram a imprensa na tarde desta terça-feira, 26, para anunciar que estão ingressando com uma ação contra Juliana pelo crime de intolerância religiosa, que está contemplado no crime de injúria racial. O processo ocorre dias após a confecção de um Boletim de Ocorrência no qual a mãe de santo denunciou a forma preconceituosa como foi citada nas redes sociais.

Os advogados Walkirya Carvalho e Niwton Pereira Gonçalves Neto explicaram que além dos procedimentos informados, procuraram a Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público Estadual para pedir providências. Segundo a defesa, as ações foram necessárias, já que a mãe de santo vem sendo alvo de perseguição e discriminação. “Esta é, sem dúvida, a pior fase da vida de Mãe Neide. Em uma pesquisa feita na internet, colhemos um calhamaço de mais de quarenta páginas de comentários racistas e intolerantes, um verdadeiro perfil de guerra. Intolerância religiosa é uma doença que não deveria mais existir nos dias atuais”, disse  Walkirya Carvalho.

A advogada lembra que tudo começou a partir do post que o ator global Henri Castelli publicou da filha, vestida de baiana no colo de Mãe Neide. O que era para ser uma homenagem ao Dia das Mães, se tornou um pesadelo.

“A internet é uma terra de ninguém e as pessoas deveriam tomar mais cuidado. Juliana Despírito incitou a intolerância religiosa entre internautas do Brasil e de outros países. Questionada se pretendem acionar pessoas que tenham publicado comentários preconceituosos, a advogada respondeu: “Se você curte ou compartilha é porque concorda com o crime”, disse acrescentou: “Para proteger Mãe Neide, tem muita coisa que deixamos de comunicar porque ela está muito abalada com a situação”, completou a advogada.

Depoimento de Mãe Neide

Mãe Neide Oyá D´Oxum, além de fundadora e dirigente do Grupo União Espírita Santa Bárbara (Guesb) em Maceió, é também patrimônio vivo de Alagoas. Visivelmente abalada, ela conta que seu pesadelo começou durante uma homenagem aos Dia das Mães, em seu sítio, em União dos Palmares.

Foto: Instagram
Foto: Instagram

Henri Castelli teria colocado a roupa e o turbante na criança para tirar a foto: “Para você ficar parecida com a sua avó preta, ele disse enquanto vestia a filha”, contou a religiosa.  “Decidi fazer o B.O. não por ter medo ou por me sentir fraca, mas porque me vi obrigada a fazer algo. Fiz parte da construção da igualdade racial e social e tenho 25 anos de trabalho em defesa da religião. Depois disto me senti violada e humilhada”, disse.

Para Mãe Neide, seu objetivo é evitar que outras pessoas sofram esse tipo de mal. “Não tenho nada contra a moça, mas ela ofendeu uma religião, uma fé”.

Questionada sore o comportamento do ator, ela disse que ele liga praticamente todos os dias, assim como seus demais filhos. Ela conta que após o episódio ele teria se desculpado e se colocado à disposição.

Fonte: Alagoas24Horas