Hoje, a comunidade é isolada. Caminhões e veículos de grande porte não conseguem chegar ao local.

O vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Maciel Oliveira, garantiu aos moradores da comunidade quilombola Brejão dos Negros a construção de estrada na localidade. Será aproximadamente 1km de estrada no povoado Resina, localizado no município sergipano de Brejo Grande. A obra vai beneficiar os moradores que sofrem efeitos da salinização das águas do Rio São Francisco, pelo avanço da cunha salina.

 

“Nós não faremos qualquer estradinha, trabalhamos com serviços de qualidade e vocês podem esperar que terão uma via bastante digna, para que possam voltar a beber água potável e também sejam beneficiados de outras formas”, ressaltou Maciel Oliveira.

 

O anúncio da construção foi feito na quinta-feira, 28 de setembro, durante visita de técnicos da equipe de Patrimônio Cultural e Comunidades Tradicionais da Fiscalização Preventiva Integrada ao município. Na ocasião, a procuradora da República Lívia Tinôco fez um breve resumo sobre as atividades da FPI. Também verificou de perto o processo de desenvolvimento da comunidade e as atividades produtivas. Além disso, recebeu denúncias  sobre pressões e ameaças que a comunidade sofre em razão da luta pelo território quilombola.

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O CBHSF vai financiar a obra a pedido do MPF/SE. “A procuradora da República foi nos apresentar a dificuldade de vocês e quase chora lá pra gente. Ela explicou muito bem as dificuldades da comunidade, que eu não conhecia. Somente agora, chegando aqui, que entendi a real situação”, disse Maciel Oliveira. Para preparar o projeto básico da licitação para a realização do projeto e execução da obra o Comitê contou com apoio técnico do Incra.

 

Segundo a procuradora Lívia Tinôco, a estrada vai viabilizar que máquinas da Cohidro cheguem ao local para perfurar um poço profundo, a fim de encontrar água não salinizada. “A obra também possibilitará que outros projetos cheguem à comunidade, como por exemplo, programa habitacionais do Governo Federal”, explicou.

 

Ação do MPF – Semanalmente a Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), envia caminhão-pipa para atender a comunidade. A medida atende decisão da Justiça Federal, resultado de ação do MPF/SE. Mas pela falta de estrada, os caminhões não chegam ao local. “As mulheres precisam andar longas distâncias para pegar os galões de água. É um transtorno muito grande. A estrada vai possibilitar que a água seja entregue na porta da comunidade quilombola”, comemora Lívia Tinôco.

 

FPI/SE – A FPI é coordenada pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual com apoio do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. A equipe de Patrimônio Cultural e Comunidades Tradicionais é pelos seguintes órgãos: Secult, Incra, Fundação Cultural Palmares e Polícia Militar.

Assessoria de Comunicação da FPI/SE