Vereador de Penedo cobra reparação de presos injustamente no caso “Roberta Dias”

Na época dois policiais civis e uma terceira pessoa foram presos acusados de terem participado do ‘sumiço’ da jovem grávida.

No início dessa semana o caso da penedense Roberta Dias, sumida desde 2012 no município de Penedo, repercutiu com um vazamento de um laudo pericial da transcrição de conversa entre um dos suspeitos de ter matado a jovem e uma outra pessoa. O texto do áudio transcrito pela PF, com duração de mais de 15 minutos, conta detalhes de como Karlo Bruno Pereira Tavares e Saulo Araújo, apontado como pai da jovem, mataram a estudante do IFAL, Roberta Costa Dias. Inicialmente o diálogo foi compartilhado em diversos grupos de Whatsapp, e após isso foi fruto de matéria na imprensa alagoana.

Com a repercussão de como aconteceu todo o crime, a população da cidade de Penedo ficou indignada com a frieza dos envolvidos, além é claro de uma revolta pela prisão na época de dois policiais civis, Gledson Oliveira da Silva e Carlos Bráulio Idalino, além do técnico de sonorização conhecido como “Dido Som”.

Foto: Câmara Municipal de Penedo

Na sessão parlamentar desta quinta-feira (03), o assunto foi discutido pelos vereadores penedenses. O Vereador Marival Oliveira, que assume temporariamente a vaga como suplente, usou a tribuna da casa para relatar alguns fatos sobre o caso. Primeiramente o parlamentar destacou que na época já pedia providências sobre a resolução do acontecimento. Marival lembrou ao público que levava consigo um cartaz informando o número de dias em que Roberta Dias estava desaparecida.

INDIGNAÇÃO

Ainda usando a sua fala regimental, o edil mostrou seu descontentamento com as investigações no qual fez com que criminosos ficassem soltos e inocentes tivessem sua dignidade ferida com uma prisão injusta.

“Hoje todos os senhores o tem conhecimento de um áudio que vazou na internet, onde esse áudio faz parte já do inquérito que tem data e folhas de livros e os culpados estão soltos e os inocentes ainda estão sendo vistos como bandidos. Eu dizia na oportunidade que é muito fácil para a polícia apresentar um culpado para se livrar da pressão popular, imagine os senhores ter pagando seis anos e vinte dois dias por uma coisa que vocês não cometeram. É terrível senhores!…() É o que aconteceu com nosso amigo Carlos Bráulio, que até deixou de trabalhar em Penedo, sendo mau visto pela população de Penedo, e sem dever nada, inocente! Se não tivesse família que não corresse atrás, se não tivesse amigos, talvez até hoje estivesse encarcerado, e estando inocente.” afirmou Marival Oliveira.

POLÍCIA DEVERIA RECONHECER OS INOCENTES

Ainda sobre o caso, o vereador Marival Oliveira, que é reformado da PMAL, alegou que a polícia deveria ter a ombridade de reconhecer os inocentes.

“Agora a polícia tem que ter a ombridade, que no dia que fez a prisão e concedeu a coletiva, vim também dizer que aquelas pessoas são inocentes” finalizou o vereador. 

O discurso do parlamentar foi aparteado pelo vereador Derivan Thomaz. O edil lembrou desta coletiva e fez duras críticas sobre aquela ação passada.

“A Câmara estava funcionando na Casa de Aposentadoria, onde o secretário do estado usando toda a pirotecnia do Estado e do Brasil,  ele trouxe para vim mentir dentro de Penedo. E eu  dizia defendendo justamente o Idalino, com o boletim de ocorrência que ele exarou trabalhando em Feliz Deserto. E eu dizia, não é antecipado este julgo? Dizendo que estes policiais são autores ou co-autores? E amanhã se mostrar que eles são inocentes, e eu estou aqui vendo que eles não estavam fazendo parte, quem vai resgatar a vida deles que estão sendo perdidas a partir de hoje? Eu dizia naquele momento!” explanou Derivan Thomaz que ainda elogiou o trabalho do policial Carlos Bráulio Idalino.

CASO MARIELLY

Finalizando a sua fala na tribuna, o vereador Marival Oliveira fez uma analogia com o caso da vereadora pelo Rio de Janeiro, Marielly. Segundo o parlamentar, ele teme que a polícia do Rio possa também tentar encontrar “culpados inocentes” para se livrar da pressão da imprensa e da sociedade em geral.

“Tomara que eles não façam o que nossa polícia fez aqui. Por isso eu digo aos senhores, o lugar de bandido é na cadeira, mas o lugar de homem de bem é nas ruas e não preso!” concluiu o vereador.

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