Região tenta emplacar cinco ou até seis times na elite do futebol brasileiro

A derrota por 1 a 0 para o Avaí deixou um gosto de frustração, mas o clube alagoano ainda depende apenas de suas forças para se tornar mais uma equipe nordestina na elite nacional. Basta vencer o rebaixado Juventude na última rodada para se juntar ao Fortaleza, primeiro clube do Nordeste a assegurar sua vaga na Série A.

A região pode ter um recorde de representantes ano que vem: cinco ou até seis clubes. O Bahia também já está garantido. Se mais de quatro times da região estiverem na elite, será a maior participação nordestina nos pontos corridos (desde 2003).

Para dirigentes locais, a Copa do Nordeste foi um fator importante de crescimento. Mas, no caso do Fortaleza, o que valeu foi a carta branca da diretoria para a participação detalhista de Rogério Ceni no título da Série B.

 

União e força

O CSA é presidido pelo empresário e político Rafael Tenório, do ramo de logística. Ele é o primeiro suplente do senador reeleito Renan Calheiros (MDB-AL) e declarou R$ 71 milhões de patrimônio pessoal ao TRE.

Tenório chegou ao clube em 2015, injetou dinheiro e pode conseguir a façanha de três acessos consecutivos no Brasileiro: em 2016, o alagoano subiu da Série D para a C. E não parou mais.

— Em termos estruturais e financeiros, estão dando totais condições. O treinador, Marcelo Cabo, conseguiu um grupo bom — diz o atacante Hugo Cabral.

O “charme” desse CSA é o atacante Walter, ex-Flu, Goiás e Atlético-PR. Com o conhecido problema de peso, ele só participou de 13 jogos da Série B, já que sofreu uma lesão que o tirou de campo por três meses. Walter não fez gol, mas nem por isso deixou de se meter em confusão. Em agosto, foi preso por mostrar uma arma de brinquedo a um funcionário da Eletrobrás que iria cortar a luz do apartamento dele.

— O gordinho é embaçado, joga muito, trabalha para caramba. Tem muita brincadeira com ele aqui. Disseram que ele ele foi preso pelo artigo 166: vacilação e bobagem — conta Hugo.

Desafio da logística

Além da desvantagem financeira, as enormes distâncias são os desafios para se manter na elite, diz o diretor médico do Sport, Cléber Maciel:

— Lutamos sempre contra o rebaixamento. Em 2015, viajamos o dobro do segundo time com maior deslocamento, o Goiás. Costumamos pegar voos de 8 a 9 horas.

Maciel diz que a delegação viaja sempre com pelo menos dois dias de antecedência, tática idêntica à do Ceará.

— Quando vamos para o Sul, o desgaste e a temperatura influenciam muito. A estratégia de chegar dois dias antes ameniza o choque térmico na equipe — explica João Garcia, médico do Ceará.

No Fortaleza, também para evitar o choque térmico, os treinos ocorrem só às 16h, quando a temperatura é mais amena. Os atletas gostam, porque podem dormir até mais tarde, segundo o fisiologista do clube, Edson Palomares. (Colaborou Denise Roque)

Com informações do iBAHIA