O Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, revelou, em entrevista ao Estadão, que é favorável aos resorts integrados no Brasil, novos estabelecimentos que são populares em Cingapura e vem sendo elementos essenciais para o aumento da receita com o turismo local.
Resorts integrados são, basicamente, estabelecimentos grandes compostos por hotéis, área de lazer, restaurantes, shopping centers, espaço para reuniões e conferências corporativas e, naturalmente, cassinos. Ser a favor deste tipo de estabelecimento é, segundo o ministro, algo natural para quem se alinha à ideologia do Governo de Jair Bolsonaro, que prega um Estado liberal em termos econômicos.
Marcelo Antônio é o único parlamentar do PSL no primeiro escalão e, inclusive, protagonizou uma discussão com o polêmico Alexandre Frota, deputado eleito que integra o mesmo partido. Na ocasião, Frota acusou o Ministro de ter assessores “esquerdistas” e exigiu a demissão dos mesmos.
Ministro tem restrição quanto à liberação dos jogos de azar
Marcelo Antônio mostrou ter restrições quanto à liberação de jogos de azar como o bingo e o jogo do bicho. Embora a questão da lavagem de dinheiro seja algo improvável, graças às regras e ao controle da Receita Federal, o Ministro aponta como problemático o alinhamento da proposta com os apoiadores religiosos do governo.
De acordo com o ministro, “o que arrepia a bancada evangélica e parte da bancada católica é o trabalhador entrar em uma porta de bingo, deixar o salário dele lá, e a família ficar desamparada”. Logo a solução é liberar os jogos de uma maneira restritiva. Os resorts integrados surgem como solução para este problema porque “a pessoa vai para um resort em uma viagem de lazer, com sua família”, segundo fala do Ministro.
Se ele não é a favor da liberação de jogos de azar, ainda é preciso que exista uma discussão séria para que se definam leis quanto aos sites de jogos online. Por exemplo, há um mercado movimentado de apostas no país, mesmo sem uma regulamentação. Existem torneios de poker que têm torneios classificatórios virtuais e eles atraem jogadores do mundo inteiro, incluindo brasileiros. Dessa maneira, na grande maioria dos casos, os brasileiros buscam por cassinos online confiáveis para realizarem seus jogos e se qualificarem para os campeonatos profissionais.
Mas a falta de legislação específica acaba prejudicando a fácil identificação de empresas confiáveis e sites que são legítimos. Uma ideia é a criação de leis que permitam a implementação de selos específicos nos sites de jogos confiáveis. Mas é claro, isso só será possível uma vez que a atividade for devidamente legislada.
Turismo como a solução para a economia
Em outra entrevista, desta vez para o jornal O Tempo, Marcelo Antônio cravou: “o turismo foi responsável pela geração de um a cada cinco empregos criados no mundo na última década”. Este dado é extremamente importante pois ele mostra que a atividade pode ajudar de maneira significante o Brasil, que vem tendo dificuldades para gerar empregos.
Quando um turista chega ao Brasil, ele precisa de um lugar para ficar, isso movimenta a rede hoteleira. Naturalmente, é essencial também se alimentar, o que aumenta o fluxo dos restaurantes. Para se locomover com mais facilidade, alguns optam pelo aluguel de carros enquanto outros optam por táxis ou aplicativos. Qualquer uma das três opções ajudam o país em termos de geração de empregos e injeção de recursos na economia.
E não para por aí: um hotel movimentado acaba tendo impactos positivos na indústria têxtil, por exemplo. E a bola de neve segue, ou seja, o turismo pode ser um fator essencial para a solução de parte dos problemas da economia.
Neste contexto, os cassinos são ótimas opções, isso porque, de acordo com o Ministro, apenas 0,5% dos turistas escolhem o Brasil como destino. E mais: Os brasileiros compõem 70% do público total do Conrad Punta del Este Resort & Casino, situado no Uruguai. Logo, cassinos podem ser um ótimo atrativo para incentivar brasileiros a visitar o próprio país. Além disso, esta é uma ótima opção para atrair novos turistas estrangeiros.
