Nota oficial em conjunto com as empresas: Organização Arnon de Mello, Sistema Opinião de Comunicação e Pajuçara Sistema de Comunicação falou sobre a greve dos jornalistas e também sobre, segundo eles, uma informação falsa que vem circulando quanto a redução salarial destes profissionais, confira na íntegra:
Diante da propagação de que as Empresas de Comunicação de Alagoas querem reduzir salário dos jornalistas esclarecemos que, após várias tentativas de negociação com o Sindicato dos Jornalistas de Alagoas, não houve acordo e parte da categoria decidiu entrar em greve.
A proposta apresentada pelas empresas, e rejeitada pela maioria dos jornalistas em Assembleia foi:
Incluir faixas salariais além do piso atual de R$ 3.565,27 para 5 horas de trabalho por dia. A proposta foi rejeitada pelos jornalistas.
Em uma segunda proposta, também rejeitada pelo Sindicato mesmo sem apreciação em assembleia, as empresas incluíram a garantia do atual piso salarial para todos que já estão contratados. Além disso, em caso de substituição, o novo profissional contratado também receberia o valor do piso atual por um período pré-determinado. Na ocasião dessa segunda proposta, também estava garantida a manutenção de todas as cláusulas sociais já estabelecidas.
Por último, o Ministério Público do Trabalho, acionado pelo próprio Sindicato dos Jornalistas, tentou construir mais uma proposta que previa a implantação de 3 níveis salariais: um nível maior que o piso atual, um intermediário correspondente ao valor atual de R$ 3.565,27 e um piso INICIAL. Apesar de discordar de alguns pontos, as empresas aceitaram a proposta do Ministério Público do Trabalho e, lamentavelmente, mais uma vez, os jornalistas recusaram.
Não é verdadeira, portanto, a informação de que as empresas querem reduzir os salários dos jornalistas.
Organização Arnon de Mello
Sistema Opinião de Comunicação
Pajuçara Sistema de Comunicação
O Sindjornal se manifestou contra essa nota divulgada na terça-feira. Em um post na internet, eles comentaram:
Nota Oficial
Diante da nota divulgada pelas três maiores empresas de comunicação de Alagoas precisamos esclarecer que muitas das informações veiculadas não correspondem com a verdade.
As empresas alegam que foram várias as tentativas de negociação. Ao todo, foram seis oportunidades, mas é importante frisar que em TODAS elas, as empresas se posicionaram de forma irredutível pela REDUÇÃO do piso salarial. E por isso, a categoria decidiu entrar em greve.
Na nota divulgada, as empresas manipulam as informações para distorcer a verdade. Ao longo de todas as tratativas, a proposta das empresas foi uma só: REDUÇÃO de 40% do piso salarial para os novos contratados, dando aos atuais empregados uma estabilidade de PISO por apenas 1 ano.
O que a categoria DECIDIU em assembleia, foi que isso representaria uma forma de substituir toda mão de obra atual, por uma mais barata e precária – uma vez que as empresas de Alagoas, historicamente, fazem do piso o teto salarial.
Outro ponto onde as empresas mentiram na nota é de falsamente acusar o Sindicato dos Jornalistas de tomar uma decisão sem consultar a base. Uma informação descabida, totalmente desprovida da verdade e que visa buscar dividir o movimento que conta com adesão de cerca de 95% da categoria.
No dia que antecedeu a deflagração da greve, as empresas apresentaram uma proposta estabelecendo níveis diferenciados de pagamento com novos valores de piso tendo o atual como escala superior. Na prática, reduzindo a categoria a duas esferas e estabelecendo o atual piso como TETO.
Na oportunidade, o Sindjornal encaminhou uma contraproposta que tinha como ideia central uma alternativa construída com representantes da TV Gazeta. O documento levado reflete aquilo discutido e foi apresentado como alternativa a proposta assinada pelas empresas. Vale ressaltar, que o diretor da TV Pajuçara sequer se deu ao trabalho de receber o documento. Mesmo assim, levamos a proposta aos mais de 150 profissionais que participaram da assembleia, que rejeitou de forma unânime a última proposta das empresas.
Incluindo nesses votos, jornalistas detentores de cargos de chefia, que depois foram pressionados, e mesmo votando a favor da greve, voltaram a exercer suas atividades. Tal assembleia está devidamente registrada com fotos, vídeos e listas.
Sobre a proposta do MPT, mais uma assembleia foi realizada, e a proposta foi negada, entre outros pontos a categoria não admitiu a possibilidade de reduzir o piso. Vale ressaltar que o valor atual sendo colocado como uma faixa intermediária, até foi discutida, mas não estava escrita e registrada no documento. Logo, a proposta foi considerada ruim para os jornalistas.
A informação que as empresas querem reduzir o piso é, portanto, verdadeira e ganhou força nessa quarta-feira, com o parecer do MPT que reforça a posição do Sindjornal durante toda essa tentativa de negociação.
Reiteramos que sempre buscamos negociar, mas a intransigência esteve sempre do lado das empresas, que insistem no discurso da necessidade de reduzir o piso salarial dos jornalistas. (Sindicato dos Jornalistas de Alagoas)