O delegado Robervaldo Davino, do 6º Distrito da Capital, concluiu e enviou à Justiça o inquérito que investigou um caso de aplicação ilegal de silicone, ocorrido em Maceió.
Uma transsexual de nome social Cindy Bellucci Cardoso da Silva (registrado anteriormente como Leonardo Cardoso da Silva), de 39 anos, foi indiciada por crime de natureza grave por haver aplicado a substância nas nádegas da amiga, também transsexual Jassen Silva Oliveira, que adotou o nome de “Tainá”, apesar de não ter feito a alteração de nome e sexo.
A injeção do silicone causou uma grave infecção e a vítima ficou vários dias hospitalizada.
O delegado relata que, no dia 16 de março de 2018, uma irmã de “Tainá” procurou a delegacia do 6º DP para denunciar o caso.
Segundo ela, Cindy fez a aplicação na residência da vítima, no conjunto José Tenório, bairro da Serraria, com uma agulha grossa. Em seguida, tapou o orifício deixado pela injeção com cola super bonder.
“Um dia após a denúncia, estivemos no Hospital Geral do Estado (HGE), onde ela estava internada, mas não pudemos ouvi-la, devido ao seu grave estado de saúde, inclusive apresentando um quadro de muita dor, febre alta e alucinações”, disse o delegado.
Na ocasião, ficou acertado que, tão logo recebesse alta do hospital, Tainá deveria comparecer à delegacia, mas isto nunca aconteceu.
Como não conseguia localizar a vítima, em janeiro deste ano, o delegado resolveu encaminhar o inquérito à Justiça, pedindo o arquivamento, mas continuou investigando o caso.
Nas investigações, levantamos a identificação da acusada, de nome Cindy, cujo nome original era Leonardo Cardoso da Silva, e no último mês de maio foi pedido o desarquivamento do inquérito, que se encontrava na 3ª Vara Criminal da Capital.
“Localizamos uma irmã da transsexual investigada e com a autorização dela fizemos buscas na casa, localizada no condomínio Parque dos Caetés, no Benedito Bentes, onde encontramos materiais usados em aplicações de silicone”, acrescenta Robervaldo Davino.
Esse fato levanta a suspeita de que a transsexual pode ter feito outras aplicações da substância.
O delegado descobriu que Cindy se encontra, atualmente, na Espanha, e chegou a ouvi-lo por meio de vídeo, onde ela nega tudo.
Testemunhas, no entanto, confirmam as acusações, inclusive, algumas delas estiveram na residência de Tainá, no dia em que foi feita a aplicação.
Conforme o delegado, Tainá hoje é soro positivo para o vírus HIV, não estando esclarecido se ela adquiriu a doença durante a aplicação ou antes dela.
O vídeo da acusada e o material apreendido na casa dela foram enviados à Justiça, junto com o inquérito.
Robervaldo Davino alerta que quem desejar fazer aplicações desse tipo deve procurar uma clínica autorizada e profissionais qualificados para evitar casos como om ocorrido com Tainá.
Ascom PC