Centenas de conchas de massunim, algumas manchadas de óleo, surgiram na areia da Praia do Peba, município de Piaçabaçu, litoral Sul de Alagoas, nessa quarta-feira (23). As imagens chegaram ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), que confirmou o fato.
A analista ambiental do órgão, Cynira França, disse que há a possibilidade de a situação ter relação com a contaminação da água pelo petróleo que tem manchado o litoral nordestino desde o início de setembro, mas a ligação ainda será investigada.
Ela afirma que só a limpeza das praias não vai garantir a descontaminação da água, e os prejuízos podem ser sentidos principalmente pelos animais “filtradores”, como massunim, ostra e outros. “O massunim naquela região de Feliz Deserto e Piaçabuçu é uma importante produção. Já estávamos prevendo que o banco seria contaminado, mas existem empresas especializadas em bioregeneração que podem fazer esse trabalho”, alerta.
O fato foi comunicado à Secretaria de Pesca do Ministério da Agricultura (MAPA) e à Secretaria de Saúde do Estado de Alagoas (Sesau), para que se posicionem quanto aos prejuízos que possam afetar os pescadores e quanto ao consumo humano de pescados.
O TNH1 entrou em contato com a Sesau, para saber se haverá alguma orientação sobre o consumo de peixes, moluscos e crustáceos, mas ainda aguarda um posicionamento.
A reportagem também procurou a Secretaria de Pesca do MAPA, que informou que ainda não recebeu ofício do Ibama.
De acordo com o chefe de divisão do órgão em Alagoas, Hugo Farias, um plano de ação que prevê visitas às colônias do estado será iniciado na próxima semana, para identificar quais os danos do petróleo à atividade de pesca e os prejuízos aos pescadores. Depois disso, será feito um relatório da ação, encaminhado à Brasília, que irá definir as ações de resposta.
Para os que estão com dificuldade em comercializar o pescado, por conta do medo da população, o governo federal deve pagar uma parcela extra do seguro-defeso.
Quanto a contaminação dos frutos do mar, Farias disse que ainda é cedo para afirmar. “Têm que ser feitos estudos para saber se o pescado está contaminado ou não. Na dúvida, o ministério orienta o consumidor a olhar se o alimento tem o selo SIF (de inspeção federal)”.
Fonte: TNH1