A taxa básica de juros, a Selic, deve permanecer abaixo dos dois dígitos pelos menos pelos próximos quatro anos, segundo o relatório Focus divulgado semanalmente pelo Banco Central.
Devido a este cenário, os produtos financeiros de renda fixa — cujas remunerações estão atreladas à taxa básica de juros — não se tornam tão atrativos. E isso inclui a poupança.
Por outro lado, é muito importante pensar na diversificação da carteira de investimentos, incluindo também investimentos dessa modalidade, ainda com rentabilidades interessantes.
É o caso do Certificado de Depósito Bancário (CDB), que a depender do banco que a emite, pode oferecer retorno favorável.
CDB ou poupança?
A rentabilidade da poupança ficou no mesmo patamar da inflação no ano de 2019. A caderneta rendeu 4,34% no ano de 2019, enquanto que, o principal indicador de preços — o IPCA —, teve alta de 4,31%.
De acordo com as regras instituídas a partir de 2012, quando a taxa de juros for igual ou menor do que 8,5%, o rendimento da poupança deve corresponder a 70% da taxa Selic mais a Taxa Referencial, que está zerada. Portanto, quanto menor for a Selic, menor será o rendimento da poupança.
Na maioria das vezes, a remuneração de um CDB é dada por outra taxa chamada de DI ou CDI, cujo valor se aproxima da Selic. Ou seja, em termos gerais, a poupança corresponde à 70% do CDI.
Por outro lado, com uma boa pesquisa, é possível encontrar oportunidades de adquirir um CDB que remunere de 95% a 120% do CDI.
Ou seja, o investidor que possui um perfil conservador — aquele que não assume riscos em troca de rentabilidades mais expressivas — não precisa fugir dos produtos de renda fixa. O CDB é uma oportunidade de manter aplicações dessa linha em sua carteira de investimento.
Como funciona o rendimento de um CDB
Diferente da poupança, a rentabilidade de um CDB não é padronizada. Ela pode ser prefixada ou pós-fixada, sendo que ambas categorias estão relacionadas a diferentes indexadores. O mais comum é a taxa DI ou CDI.
Um título prefixado de um CDB, é aquele no qual o investidor conhece a rentabilidade no momento da contratação.
A taxa de juros indexada a cada investimento é determinada de acordo com cada instituição financeira. Alguns bancos podem oferecer 1% ao mês e outros podem disponibilizar ativos que rendem 10% ao ano, por exemplo.
No caso do CDB pós-fixado, o rendimento normalmente é atrelado ao CDI, mas só saberá o valor a receber no vencimento do contrato, visto que a taxa oscila. Um CDB pós-fixado pode pagar 95%, 100% ou 102% do CDI.
Essa variação muda de instituição para instituição. É possível encontrar taxas atrativas em bancos menores, pela necessidade que estes têm de atrair clientes. Contudo, especialistas alertam que pesquisar a solidez dessa instituição, mesmo com ofertas tentadoras, é primordial para o sucesso do investimento.
Por outro lado, ainda em relação à remuneração, existem CDBs híbridos, cuja composição é feita por duas partes: uma fixa e outra variável. Na maioria das vezes, esses títulos são atrelados a um indicador de preços, como o IPCA e pagam uma taxa prefixada acrescida da inflação.
Os títulos de CDB podem ou não contar com liquidez. Há ativos que possuem carência, o que pode ser um impeditivo para quem aplica como uma reserva de emergência, mas beneficia aquele que busca um lucro maior.
Vantagens do CDB
O investimento mínimo não costuma ser alto. Com menos de R$ 1.000 é possível comprar um certificado.
Existem outras vantagens de se adquirir um CDB, entre elas está a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) que garante ressarcimento de até R$ 250 mil por CPF em caso de quebra da instituição emissora.
O investimento não sofre a cobrança de taxa de administração ou performance. O rendimento do CDB é tributado na fonte, conforme a tabela regressiva do imposto de renda válida para as aplicações financeiras, que varia de de 22,5% a 15%.
Para direcionar recursos a um CDB vale a pena abrir uma conta em uma plataforma de investimentos. Essas empresas costumam oferecer um leque maior de títulos com melhores oportunidades do que os bancos.