Uma ligação entra no sistema 192 do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (3). Do outro lado da linha, um pai nervoso relata que a filha, com menos de um mês de vida, está engasgada. O pedido de socorro partiu de bairro Clima Bom, parte alta de Maceió.
Com essas informações básicas, o médico regulador de plantão liberou, imediatamente, uma Unidade de Suporte Básico (USB) para se dirigir até a residência da criança. Paralelamente, ele orientou o pai do bebê por telefone, explicando como deveria ser feita a manobra de desengasgo.
De acordo com Luiz Antônio Mansur, médico do Samu Alagoas, a criança havia se engasgado com leito materno, comum de acontecer em bebês nessa idade. “Assim que recebi a ligação, a primeira atitude, foi tentar acalmar o solicitante para que passássemos as orientações de como a manobra de desengasgo deveria ser feita. Depois disso, orientei para o pai a colocar a menina, virada e inclinada com o peito sobre a perna da mãe, e em seguida dar ‘tapas’ nas costas da criança entre os ombros”, relatou.
Essa manobra de desengasgo não surtiu o efeito esperado pelo médico regulador. Com isso o socorrista indicou outro tipo de procedimento, já que a criança estava há alguns minutos engasgadas. “Como não conseguimos desengasgar com essa manobra, orientei para que o solicitante colocasse a boca sobre o nariz e a boca do bebê e aspirasse com força para tentar retirar o leite que estava na via aérea dela”, disse Luiz Antônio Mansur.
Durante a ligação, o pai informou que a família já estava em frente à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Tabuleiro do Martins. Com isso, o envio da USB foi cancelado. “O rapaz me informou que a segunda manobra tinha dado certo, um pouco do leite tinha sido expelido e que a criança estava com um choro fraco, significando que ela estava voltando a respirar. Fiquei na linha com o solicitante, até me certificar de que a criança estava, realmente, recebendo assistência médica na unidade de saúde”, explicou o socorrista.
O bebê foi atendido pelos profissionais de saúde da UPA do Tabuleiro, onde outras manobras foram feitas para concluir a desobstrução da via aérea. A menina já foi liberada da unidade de saúde e se encontra em casa com a família