O que esperar do mercado de eletroeletrônicos nos próximos meses?

Segundo trimestre será essencial para empresas evitarem quedas muito expressivas nas receitas

Como temos publicado nas últimas semanas, a pandemia do novo coronavírus afetou as atividades em diversas empresas, incluindo Samsung, LG e Motorola. A produção de produtos eletroeletrônicos foi suspensa por conta da falta de componentes e das preocupações com a saúde de funcionários. Nessa situação, o mercado já se prepara para a queda no faturamento.

Ela acontecerá não só pela paralisação das fábricas, mas também devido à baixa demanda dos clientes, que evitam sair de casa para evitar a propagação da doença. Até mesmo quem busca tablets bons para trabalho está reduzindo a procura para se manter longe do vírus. Agora, resta saber qual será o tamanho da queda. As projeções mais novas apontam para uma retração anual de 5% a 9% no mercado de celulares e PCs em relação a 2019.

Segundo pesquisa da consultoria de Consumer Devices da IDC Brasil, o segundo trimestre de 2020 será um período crítico para as fabricantes de celulares e PCs., já que os problemas do primeiro trimestre podem vir com ainda mais força.

A projeções do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2020 são estarrecedoras. A queda de 1,5% no primeiro trimestre gera preocupação, e o futuro pode ser ainda pior. Caso a situação se estenda para depois de julho,  a queda, segundo o Ministério da Economia, poderá chegar a 4%.

Especialista e empresário do setor afirmam que o cenário é incerto, com possível queda de até 20% na receita anual. A empresa Multilaser, por exemplo, tem cerca de 3 mil funcionários nas fábricas de Manaus e Extrema (MG). A empresa decidiu dar férias coletivas para evitar demissões. A situação é parecida em várias fábricas, de acordo com levantamento da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).

Ele indica que 97% das empresas estão afetadas negativamente pela pandemia do novo coronavírus. Das companhias consultadas, 47% estão parcial ou totalmente paralisadas.

Outro fator que preocupa as empresas brasileiras está no valor do dólar, hoje cotado a quase R$ 6. Isso faz com que componentes fiquem mais caros, o que reflete diretamente nos preços dos dispositivos.