Anúncio de possível prorrogação do Auxílio desagradou mercado


Nesta terça-feira (8), o Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Auxílio Emergencial certamente vai passar por uma prorrogação de dois ou três meses. A notícia agradou milhões de pessoas que podem receber o benefício. No entanto, muita gente não gostou nada dessa ideia.

De acordo com as informações oficiais, o mercado não reagiu bem ao anúncio de Guedes. A bolsa interrompeu uma sequência de seis pregões em alta batendo recordes seguidamente. No final do dia, eles cederam 0,76% . A informação não teve muita influência no valor do dólar, que fechou o dia em R$ 5,0345.

Traduzindo esses números dá para dizer que o mercado brasileiro não gosta nada da ideia de prorrogar o Auxílio Emergencial. É que se o Governo vai aumentar o tamanho do benefício, isso significa necessariamente dizer que o Planalto vai ter que aumentar os gastos públicos também.

Na sua declaração nesta terça (8), Guedes evitou falar sobre os valores do programa durante a prorrogação. Ele só se limitou a dizer que o Governo deve prorrogar o benefício até que toda a população adulta do Brasil esteja devidamente vacinada contra a Covid-19.

Ele tomou como base a fala de alguns governadores para dizer que isso vai acontecer dentro de dois ou três meses. No entanto, de acordo com os principais especialistas em saúde pública, o país todo tende a demorar mais do que isso para conseguir chegar nessa vacinação plena.

Auxílio Emergencial

Apesar de não dar detalhes sobre essa prorrogação, a fala de Guedes certamente mostra força. Afinal, estamos falando de um dos principais ministros do Governo do Presidente Jair Bolsonaro. Guedes, aliás, chegou a dizer que não iria prorrogar o Auxílio de jeito nenhum.

No entanto, de algumas semanas para cá ele foi mudando de ideia. Em entrevistas, o Ministro passou a admitir a possibilidade de uma prorrogação. De acordo com ele, o principal motivo para isso foi justamente a situação da pandemia no Brasil, que ainda não passou por uma melhora significativa.

O próprio Guedes falou sobre isso. “Possivelmente nós vamos estender agora o benefício emergencial por mais dois ou três meses, porque a pandemia está aí”, disse ele durante um evento do setor de serviços ainda na manhã desta terça (8).

De acordo com os dados oficiais, o país ultrapassou há apenas alguns dias a marca das 470 mil mortes em decorrência da Covid-19. O Brasil é portanto uma das nações que está registrando um dos maiores desastres humanos desde o começo da pandemia por aqui.

Contas públicas

Vale lembrar que o Presidente Jair Bolsonaro venceu as eleições de 2018 com um discurso de defesa do estado mínimo. Na prática, isso significa enxugar a máquina pública e gastar menos. Mesmo que esses gastos sejam para ajudar a população em momentos como este.

Foi justamente esse tipo de discurso que conquistou parte do mercado no Brasil. No entanto, agora Bolsonaro se vê diante de um dilema. Isso porque ele pode receber críticas se cortar o Auxílio Emergencial e também pode receber outras críticas se decidir manter o benefício por mais tempo.

Fonte: Notícias Concursos