Vale a pena investir em previdência privada?


Mesmo que você se feliz profissionalmente e, talvez, não pretenda parar de trabalhar enquanto puder, o maior objetivo do planejamento previdenciário não é parar de trabalhar com esta ou aquela idade, mas sim atingir a independência financeira.

Afinal, um bom planejamento para o futuro nos traz equilíbrio e tranquilidade para tomarmos as melhores decisões pessoais e profissionais, nos libertando da condição de reféns de nossas próprias necessidades. Já dizia Benjamin Franklin, filósofo americano: “Se você falha em planejar, está planejando falhar.”

É possível começar uma previdência privada a partir de um banco ou seguradora. Estas são as chamadas previdências abertas, que qualquer um pode ter. Existem também as previdências fechadas, que determinada corporação ou empresa oferece aos seus funcionários. Elas são especialmente vantajosas quando a empresa deposita um percentual, além do que é recolhido pelo funcionário. Se informe se sua empresa oferece!

Além disso, quem se planeja para o futuro pode usufruir benefícios desde já. Confira!

Previdência privada e os benefícios fiscais

O governo, com objetivo de estimular mais pessoas a investir em um futuro mais seguro, coloca benefícios tributários exclusivos para quem investe em previdência privada. Contudo, é preciso conhecer bem as características dos planos PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), bem como vários pontos de atenção, pois essa escolha pode te poupar muito dinheiro, agora e no futuro.

PGBL e VGBL

O modelo PGBL é mais indicado para quem trabalha no regime CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), e faz a declaração do Imposto de Renda (IR) completa, com mais despesas dedutíveis. estes podem colocar até 12% da sua renda bruta anual no modelo PGBL e receber benefícios fiscais. Já o VGBL é indicado para quem faz a declaração simplificada, e não tem muitas despesas em sua declaração.

Os benefícios não são somente na declaração do IR, mas também na ocasião da aposentadoria, quando você poderá pagar apenas 10% de imposto. Essa alíquota é exclusiva de planos PGBL e VGBL, e é muito vantajosa se comparada à alíquota de 15% no longo prazo em fundos tradicionais de ações, multimercado, cambiais ou mesmo de renda fixa.

Você precisará optar por um dos dois regimes tributários:

  • Progressivo: 15% da sua aplicação fica retida na fonte, podendo chegar a 27,5%.
  • Regressivo: a retenção varia de 35% a 10%, que varia de acordo com o tempo que o dinheiro permanece aplicado. Assim, quanto mais tempo, menos imposto você pagará.

Carlos Heitor Campani, PhD em finanças e professor, explica para o site Valor Investe um exemplo de como a previdência privada pode gerar retornos fiscais, no modelo regressivo, principalmente para quem está na faixa de alíquota marginal de 15% na tabela de imposto de renda:

“Suponha que você esteve em 2020 na maior faixa possível de IR, ou seja, de 27,5% e tenha contribuído um montante total de R$ 5.000,00 para um PGBL. Na declaração anual de 2021, o Governo restituirá 27,5% sobre R$ 5.000,00: o equivalente a R$ 1.375,00. Daqui a 20, 30 ou 40 anos quando você se aposentar e receber esse dinheiro de volta, o Governo cobrará o tal “empréstimo”, mas na alíquota de apenas 10%, ou seja, R$ 500,00. Em outras palavras, você gerou um montante extra de 17,5% sobre o capital investido, ou seja, R$ 875,00 referente à diferença entre o valor restituído e o imposto a pagar. Valor este que um fundo tradicional não teria condições de gerar.”

Essas porcentagens variam de acordo com o tempo que o seu dinheiro fica alocado. Então, se você precisa do dinheiro a curto prazo, provavelmente terá que pagar uma alíquota maior, de acordo com o tipo escolhido de tributação.

Beneficiários podem receber sua previdência

Se ocorrer um infortúnio e  você faleça antes de usufruir sua aposentadoria planejada, todo o dinheiro do fundo da previdência passa para uma pessoa indicada, sem a necessidade de inventário.

Isso funciona de algumas formas. Quando inicia com o plano de previdência privada, o segurado precisa escolher se quer receber ela por um tempo limitado, mas um valor maior, ou de maneira vitalícia. Se você viver mais do que o esperado, o plano será obrigada a manter sua renda mensal.

Algumas pessoas escolhem receber a previdência por, suponhamos, 20 anos. Se ela iniciou aos 50 anos de idade, aos 70 o benefício encerrará. Levando em fala que a expectativa de vida do brasileiro está aumentando, isso pode ser pouco prudente.

Nesta modalidade, caso o segurado venha a falecer, a pessoa indicada no contrato recebe as parcelas até o período terminar. Mas se o segurado escolheu a modalidade vitalícia, se ele falecer após começar a receber a aposentadoria, o benefício se encerra.

Dinheiro na sua conta automaticamente

Com a previdência privada, você terá o direito de transformar a poupança acumulada em diversas formas de renda. Por que isso é bom? O futuro à Deus pertence, como dizem. Não sabemos como vamos estar em nossa velhice, ou se vamos ter alguém de confiança zelando pelo nosso bem estar, físico e material. A previdência privada é um acordo entre você e o banco, sem necessitar de um terceiro, ou um tutor intermediando.

Taxas de carregamento e administração

Como nem tudo são flores, a previdência privada é um serviço financeiro intermediado, e para isso, cobra taxas que variam entre zero e 6% ao ano. Para ter uma ideia de como as taxas podem te prejudicar, veja este exemplo: aplicando R$ 200,00 ao mês, durante 20 anos, com uma taxa de 2% ao ano, ao final do período a pessoa terá R$ 79.300,00, Sem a taxa, seria R$ 80.800,00.

Pode parecer pouca diferença, mas levando em fala que existem pessoas que conseguem guardar um valor muito maior por mês, no fim das contas, as taxas podem consumir boa parte do valor.

É por isso que muitas pessoas preferem montar a sua previdência privada através de investimentos, geralmente de renda fixa, como o tesouro direto. Pensando ao longo prazo, a rentabilidade da previdência privada é muito menor do que se aplicado sozinho, sem um banco ou seguradora

Direito de portabilidade

É o direito que você tem de transferir o previdência privada de um banco parar o outro, sem a cobrança de multas ou taxas. Para quem já paga sua previdência, isso é excelente. Sabe por quê?

Você pode comparar a rentabilidade de seu banco atual com os outros, e escolher aquele que lhe traz mais vantagens. Solicite o extrato da previdência dos últimos 12 meses e o compare com bancos ou seguradoras que trabalham somente com previdências. Escolha a instituição com melhores rendimentos.

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Fonte: Notícias Concursos