No final do ano passado, Botafogo e Cruzeiro trouxeram o termo SAF para as discussões futebolísticas no país. No final de dezembro de 2021, o primeiro clube brasileiro a anunciar a venda de seu futebol foi o Cruzeiro, por cerca de 400 milhões de reais para o ex-jogador do clube, Ronaldo Fenômeno. Poucos dias depois o Botafogo anunciava o mesmo tipo de negociação com valores similares, 400 milhões de reais, dessa vez para um investidor estrangeiro, John Textor, dono do Crystal Palace da Inglaterra. E quando parecia que a febre inicial das SAF no país teria uma pausa o Vasco anunciou recentemente o seu pré-acordo com a 777 Partners, fundo de investimentos estadunidense, dessa vez com valores que chegam a 700 milhões de reais por 70% das ações da SAF. As três equipes, prometem brigar pelos campeonatos que disputarão este ano após receberem estes volumosos investimentos, se tornando uma opção sólida para quem investe em apostas esportivas. Se você tem interesse por trade esportivo, clique aqui para conhecer os melhores sites de apostas.
Mas afinal o que é a SAF? Como funciona? Quais suas perspectivas no Brasil?
SAF é o termo utilizado para abreviar sociedade anônima do futebol, modalidade também conhecida como clube empresa. Surgida no Brasil através da lei 14.193/2021, ela permite que clubes de futebol se tornem empresas. Se os clubes tradicionais de futebol no país sempre foram teoricamente associações sem fins lucrativos, a SAF é exatamente uma empresa na qual a atividade principal é o futebol.
Para que um clube de futebol possa se tornar uma SAF são exigidas uma série de medidas que envolvem transparência, responsabilidade fiscal, civil e trabalhista entre outras. No momento a adoção do modelo SAF pelos clubes passa também por uma decisão política de sócios, conselheiros e beneméritos.
Esse modelo tem sido visto como salvação principalmente por clubes que vem sofrendo com anos de má gestão e se encontram altamente endividados, caso de Cruzeiro, Botafogo e Vasco. Para se ter ideia, as dívidas de Cruzeiro e Botafogo se encontram atualmente na casa de 1 bilhão de reais. A do Vasco na faixa de 700 milhões de reais. Com a adoção da SAF, os compradores do clube não só se comprometem a efetuar o investimento prometido no futebol para reforços, pagamento de salários, infraestrutura e outras medidas que permitam e melhoria da competitividade dos times adquiridos, mas se tornam também responsáveis pelas quitações das dívidas destes clubes em prazos pré-estabelecidos que podem chegar a até 10 anos.
Exatamente por isso, os clubes envolvidos nessas negociações costumam anunciar para seus sócios e torcedores valores ainda mais elevados pelas negociações. No caso de Botafogo e Cruzeiro costuma-se dizer que o total da aquisição teria sido na casa de 1,4 bilhões de reais, uma vez que as negociações envolvem o compromisso de investimento de 400 milhões no futebol do clube, mas também a responsabilização pelas dívidas que atualmente giram na casa de 1 bilhão, totalizando o valor mencionado. No caso do Vasco, como a negociação envolve apenas 70% das ações do clube empresa, a negociação gira na casa dos 1,7 bilhões, sendo 700 milhões de investimentos, 700 milhões de dívidas, e o clube ainda ficando com 300 milhões de seu valuation inicial, os 30%.
Com a promessa de uma liga cada vez mais forte e profissional, o futebol brasileiro promete atrair ainda mais investidores para os demais clubes que optem por adotar o modelo SAF. Afinal, o país segue sendo berço de novos craques que surgem a cada dia, potencializando também as possibilidades de retorno financeiro para os investidores. Alguns críticos do modelo costumam dizer que clubes tradicionais brasileiros estejam sendo vendidos por valores menores até mesmo que de alguns jogadores. O Flamengo, por exemplo, que não adotou o modelo SAF, somente com as vendas de Vinicius Júnior, Reinier e Paquetá atingiu mais do que 450 milhões de reais, valores superiores a venda de Cruzeiro e Botafogo. Sendo assim, com negociações futuras, os compradores dos tradicionais clubes brasileiros poderão atingir um grande lucro com a negociação de jovens promessas.
E não só isso, o futebol tem ainda um potencial de retorno financeiro muito maior com clubes bem geridos. As premiações de competições nacionais e sul-americanas atualmente atingem somas significativas que poderão trazer lucro financeiro e retorno para os clubes-empresa que realmente montarem times que briguem por títulos.
O Atlético Mineiro, por exemplo, clube mais vitorioso do futebol brasileiro no ano de 2021, lucrou somente com premiações no ano passado valores na casa de 145 milhões de reais. Este ano, ainda em fevereiro, o clube já garantiu mais 23 milhões. Tendo se sagrado campeão da Supercopa, e já garantido na terceira fase da Copa do Brasil por ser o atual campeão, além da fase de grupo da Libertadores, o galo é a prova viva de que os clubes que montarem grandes times sempre serão lucrativos.
Se o clube-empresa ou SAF veio pra ficar e atingir ainda mais clubes no Brasil ainda não se tem certeza, mas podemos esperar que outras negociações virão em breve, envolvendo valores talvez ainda mais exorbitantes que os das negociações concretizadas até o momento.