Qual o futuro de Neymar na Europa?

Foto: Pexels.com

Há sempre um que me diz quando o nome que está na roda é o de Neymar. Mesmo que não haja nada, sempre se fará algum alarde, pelo menos, enquanto o futuro do craque não for decidido. Ao que tudo indica, Neymar ficará mesmo no PSG, mas não de corpo inteiro. Vejam só: alguns países já figuraram entre os mais conquistados do mundo, por uma ou outra razão, sempre havia uma nação para deles se apoderam. Com o ex-santista é a mesma coisa. O craque precisa ser conquistado, mas também precisa conquistar-se.

Para continuar no PSG jogando, de fato, Neymar precisa reencontrar seu futebol, aliás, futebol que, na verdade, ficou aqui no Brasil, mais exatamente no Santos F. C., ou o craque jogou a mesma bola que jogou na Vila pelo Barcelona ou PSG? Sim perfeito, pelo Barça foram oito títulos conquistados, mas nos atentamos ao fato de que ao lado do brasileiro havia Messi e Suárez. Independente disso, tudo dependerá dele mesmo. Não achando seu melhor futebol – e talvez nem precise ser aquele futebol de dez anos atrás, pois muito a frente de qualquer outro – o clube francês deverá negociá-lo, se não em definitivo, na forma de empréstimo. E que empréstimo, hein? E neste caso, qual seria o destino?

São ainda três anos de contrato com o Paris Saint Germain, uma Copa do Mundo ali há poucos meses e a certeza que poucos, pouquíssimos clubes na Europa têm condições de bancar as bases salariais de Neymar. Digamos que na próxima janela de transferências, o PSG decida vendê-lo. Interesse haveria por todos os lados, não condições. Itália? Qual clube da “Bota” teria condições de contratá-lo na atual conjuntura? Nenhum. Alemanha? Esqueçam. Um retorno à Catalunha? Percam as esperanças. O Barcelona atual vive uma outra situação política, financeira e esportiva que  impedem qualquer possibilidade de retorno. O primeiro motivo é político. Joan Laporta voltou à presidência do clube no ano passado com uma proposta de retomar os valores históricos do clube e recuperar as categorias de base, a famosa La Masia, como fornecedora de talento para a equipe. Contratar um jogador como Neymar é visto pelos membros da diretoria como uma contradição a essas propostas. O fator financeiro é outro impeditivo. Nas últimas temporadas, o Barcelona tem acumulado dívidas e vive um dos momentos mais delicados de sua história. Pagar 90 milhões – seria esse o valor determinado pelo PSG – de euros por um jogador não está nos planos. Real Madrid? Não descarto, mas não sonho. Inglaterra? Sim, eis aí um destino bem apropriado, quiçá provável. Os clubes ingleses, salvo raras exceções, estão entre os mais ricos do mundo, logo, Liverpool, Chelsea, quem sabe, Manchester City, bancarem a sua contratação.

No entanto, leitores, tudo dependerá do próprio Neymar. Ele tem a chance no Catar, a Copa do Mundo é o seu trunfo, se jogar a copa em seu melhor nível, Neymar se tornará o dono das cartas. Por enquanto, ele faz o papel que lhe foi atribuído. Dá declarações comedidas, como a mais recente, “não há outro jeito, tenho contrato com o clube por mais três anos. Meu futuro é no PSG”, no entanto, todos sabemos, que o futuro não é uma situação ou um lugar predeterminado, todos somos capazes de desenhá-lo em nossos caminhos. Neymar precisa, finalmente, crescer.

Por mais genial que o craque seja, suas atitudes não o deixam ser o maior, o mais cobiçado. Suponho que Neymar ainda jogue por mais uns oito anos; particularmente, não o vejo jogando depois dos trinta e cinco anos, mais duas Copas do Mundo, quem sabe, um título, mas suas atitudes, seu comportamento emocional têm que mudar. A verdade é que a temporada 2021/22, foi a pior de toda a carreira de Neymar. Foram apenas treze gols e oito assistências em vinte e oito jogos disputados. Os números do craque são decrescentes desde a sua primeira temporada no PSG. Na temporada 2017/18, foram vinte e oito gols, 2018/19, foram vinte e três, em 2019/20, Neymar marcou dezenove vezes e em 2020/21, o atacante converteu em gol dezessete vezes.

A volta por cima passa pelo Catar. Se Neymar apresentar-se de forma leve e eficiente, demonstrar o futebol cheio de malícia e objetividade de antes, se ajudar com empenho o Brasil na sua trajetória, o horizonte será mais aberto.