Devin Haney quer ser um lutador retrô que se testa constantemente e acredita que o boxe atual carece de lutadores que estejam dispostos a fazer o mesmo, exceto por Sal “Canelo” lvarez. Em entrevista com O podcast dinâmicoHaney foi perguntado por que há tanta resistência no boxe quando se trata dos melhores lutadores se enfrentando.
“Fui a uma rede de TV diferente, um promotor diferente, para fazer uma luta acontecer”, explicou Haney. “Isso mostra o tipo de lutador que eu sou. Estou pronto para trabalhar com qualquer promotor ou rede para tornar uma luta uma realidade. Até fui para a Austrália lutar duas vezes, ganhando menos dinheiro, mas foi o movimento certo para provar o tipo de lutador que eu sou.”
Haney está determinado a ser um lutador da velha escola em uma época em que isso não é a norma. “Eu tento incorporar aquela mentalidade de lutador da velha escola, e poucos lutadores hoje o fazem”, comentou Haney. “Não há muitos lutadores que genuinamente querem enfrentar os melhores e se colocar no teste final. Eles preferem fazer as lutas mais fáceis pelos maiores dias de pagamento.”
No entanto, Haney reconhece que há exceções a essa tendência e aponta Canelo como um excelente exemplo. “Mas nem todo mundo é assim”, esclareceu Haney. “Não estou aqui para criticar todos os lutadores porque alguns querem subir e enfrentar os melhores. Veja o Canelo, subindo e descendo de peso. Lutadores como ele são exceção, mas não são a maioria.”
Haney acredita que o boxe deveria copiar algumas coisas do UFC
haney acredita que o medo da derrota e as implicações simbólicas a ela associadas contribuem para a reticência dos boxeadores. Ele sugere que o boxe deve se inspirar em outros esportes de combate como o UFConde os lutadores estão mais dispostos a correr riscos.
“Poderíamos mudar todo o cenário do boxe e torná-lo mais parecido com o UFC”, sugeriu Haney. “No UFC, os lutadores se enfrentam, sofrem derrotas, mas voltam mais fortes e populares do que nunca. Veja o exemplo de Israel Adesanya; ele sofreu uma perda, mas quando voltou, era ainda mais significativo do que antes. Temos o poder de revolucionar o boxe, mas não estamos dando os passos necessários.”
Haney também mencionou a influência de Floyd Mayweather, atribuindo parte da dinâmica atual do boxe à sua mentalidade de recorde invicto. “Floyd tornou o boxe maior, mas, de certa forma, também o impediu com a obsessão por recordes invictos”, expressou Haney. “Os lutadores de hoje evitam se enfrentar porque estão obcecados em preservar seu ‘0’ no registro.”
Fonte: Jornal Marca