A Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados está preparada para votar hoje um projeto de lei (PL) que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Essa iniciativa tem gerado reações e críticas da comunidade LGBTI+ no Brasil, que considera a medida inconstitucional e um ataque à cidadania.

O reconhecimento da união homoafetiva

Em 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu as relações entre pessoas do mesmo sexo como uniões estáveis equiparadas às uniões estáveis entre homens e mulheres, garantindo o reconhecimento da união homoafetiva como núcleo familiar. Posteriormente, em 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou que todos os cartórios do país realizassem casamentos homoafetivos.

O projeto de lei em questão

O projeto de lei em análise na Comissão da Câmara pretende adicionar um trecho ao Artigo 1.521 do Código Civil, estabelecendo que “nos termos constitucionais, nenhuma relação entre pessoas do mesmo sexo pode equiparar-se ao casamento ou à entidade familiar“. Atualmente, o Artigo 1.521 lista os casos em que o casamento não é permitido, como nos casos de união entre pais e filhos ou de pessoas já casadas.

Na justificativa do projeto, o relator, deputado federal Pastor Eurico (PL-PE), argumenta que o casamento “representa uma realidade objetiva e atemporal, que tem como ponto de partida e finalidade a procriação, o que exclui a união entre pessoas do mesmo sexo”. O relator menciona também o parágrafo 3º do Artigo 226 da Constituição, que reconhece a união estável entre homem e mulher como entidade familiar.

Críticas e reações

A tentativa de aprovar um projeto que proíbe o casamento homoafetivo tem sido duramente criticada por organizações de direitos humanos e pela comunidade LGBTI+. Toni Reis, presidente da Aliança Nacional LGBTI+ e um dos autores da ação que levou à decisão do STF a favor do casamento homoafetivo, acredita que o projeto não deve avançar no Congresso Nacional.

Reis afirma que o projeto gera um discurso de ódio e que há uma tentativa de negar a existência dos cidadãos e cidadãs LGBTI+. Ele lembra que o STF considerou que os artigos 3º e 5º da Constituição se sobressaem ao Artigo 226, destacando que o Artigo 5º estabelece a igualdade perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.


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O projeto também é visto como um ataque à cidadania no Brasil, segundo Toni Reis. Ele ressalta que o reconhecimento do casamento homoafetivo é uma conquista importante e irreversível. Nesse contexto, será lançada uma Frente Parlamentar Mista por cidadania e direitos LGBTI+ no Congresso Nacional, com o apoio de 262 deputados e senadores.

A importância da união homoafetiva

A união homoafetiva é um tema que envolve direitos humanos e igualdade de direitos. O reconhecimento dessa união como casamento e entidade familiar é fundamental para assegurar os mesmos direitos e proteções legais que são garantidos às uniões entre homem e mulher.

Ao longo dos anos, a luta pelos direitos LGBTI+ tem conquistado avanços significativos em diversos países. O reconhecimento do casamento homoafetivo é um passo importante na garantia da igualdade perante a lei e no combate à discriminação e ao preconceito.

Manifestações e atos de repúdio

Diante da possibilidade de aprovação do projeto, organizações e ativistas LGBTI+ têm convocado manifestações e atos de repúdio. Um desses atos está previsto para acontecer em frente ao anexo II da Câmara dos Deputados, em Brasília, organizado pelo Grupo Estruturação – LGBT+ de Brasília.

Michel Platini, presidente do grupo, destaca a importância de manter os direitos conquistados. Ele ressalta que o reconhecimento das uniões homoafetivas permitiu que a população LGBT+ tivesse acesso aos direitos civis, e que é fundamental que a sociedade brasileira se una para proteger esses direitos e a dignidade de todos os cidadãos, independentemente de sua orientação sexual.

Ademais, a votação do projeto de lei que proíbe a união homoafetiva representa um momento crucial para os direitos LGBTI+ no Brasil. A comunidade LGBTI+ e organizações de direitos humanos têm se mobilizado para combater essa medida, considerada inconstitucional e um ataque à cidadania.

O reconhecimento da união homoafetiva como casamento e entidade familiar é um passo importante na busca pela igualdade de direitos e na garantia da proteção legal para todos os cidadãos, independentemente de sua orientação sexual. É fundamental que a sociedade brasileira se una para defender esses direitos e combater a discriminação e o preconceito.

Espera-se que o Congresso Nacional leve em consideração os avanços já conquistados e a importância de garantir a igualdade perante a lei para todos os cidadãos brasileiros. A luta pelos direitos LGBTI+ continua e é necessário enfrentar os desafios e obstáculos que surgem pelo caminho.

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Fonte: Notícias Concursos