Conta de energia alta? Um vírus para computador pode ser o culpado – saiba mais

Os vírus de computador são uma realidade conhecida há décadas: programas maliciosos circulam em nossos dispositivos desde o início da era digital. Os primeiros vírus digitais não causavam grandes danos, mas tinham o propósito de incomodar suas vítimas com mensagens de erro, reinicializações aleatórias, exclusão de arquivos e desorganização de tarefas. A característica principal de um vírus, entretanto, é sua habilidade de se propagar para outras máquinas, seja através dos antigos disquetes ou pela internet moderna.

Os vírus atuais são muito mais perigosos do que seus predecessores. Um malware moderno pode roubar dados confidenciais de empresas, copiar fotos íntimas dos usuários, monitorar microfones e câmeras, bloquear o acesso a documentos importantes até que um resgate seja pago, entre outras ações prejudiciais. A batalha entre softwares antivírus e hackers é intensa e constantemente evolui. Nos últimos anos uma nova categoria de vírus está infectando computadores e dispositivos Android de forma alarmante e difícil de detectar, surpreendendo os usuários por seu efeito inusitado: aumentar a conta de luz.

Criptominers: Os vírus que aumentam a conta de luz

Essa nova categoria de vírus não está interessada em roubar arquivos importantes, espionar o usuário ou invadir contas bancárias. Os criptominers, como são conhecidos, utilizam a energia elétrica das vítimas para minerar criptomoedas – e portanto, repassando o alto custo dessa atividade para sua vítima. Conforme dados da ExpressVPN, a situação tem se tornado ainda pior conforme o avanço de fontes de energia como a captação solar se tornam mais comuns. O processo de mineração de criptomoedas exige muitos cálculos matemáticos complexos, o que resulta em um alto consumo de energia e geração de calor que vão muito além das tarefas comuns que costumamos realizar no computador.

Embora já sejam prejudiciais para usuários comuns com um único dispositivo, os criptominers são especialmente devastadores para escolas, universidades e pequenas empresas, onde há um maior número de computadores em uso simultâneo. Em um escritório com dez máquinas, por exemplo, o custo de computadores infectados por um criptominer pode superar quinhentos reais mensais.

Embora versões mais simples do vírus funcionem constantemente, com o efeito colateral de deixar a máquina lenta e barulhenta, versões mais sofisticadas tentam ocultar suas atividades identificando momentos em que o usuário deixa a máquina ligada, mas não a utiliza intensamente. Nesses períodos, o vírus é ativado, gera criptomoedas e as envia para seu criador, deixando o usuário com o custo energético.

Como proteger seu dispositivo

Apesar de serem mais difíceis de detectar, os criptominers deixam alguns sinais característicos em dispositivos infectados: a duração da bateria de laptops e celulares se torna muito menor sem motivo aparente, o dispositivo aquece frequentemente e, no caso de desktops, as ventoinhas se tornam barulhentas, programas são executados lentamente e demoram para abrir.

A primeira etapa para resolver o problema em um dispositivo infectado é habilitar o Windows Defender em computadores e o Google Play Protect em dispositivos Android. Também é possível instalar ferramentas de verificação adicionais, como Malwarebytes ou Avast, que buscam por criptominers conhecidos em seus bancos de dados.

Outra etapa importante é acessar os ajustes de bateria no Android ou o gerenciador de tarefas no Windows e identificar programas, aplicativos ou processos que estejam consumindo bateria ou CPU excessivamente. Programas com nomes desconhecidos, erros de escrita, ícones borrados ou suspeitos que utilizam intensamente os recursos do dispositivo podem ser criptominers disfarçados rodando em segundo plano. Suspeite também de nomes genéricos que propositalmente tentam ser convincentes, como “Serviços bancários.exe” ou “Sistema”.

Em alguns casos, é necessário fazer uma cópia de segurança dos dados importantes e restaurar o sistema aos padrões de fábrica, eliminando todos os programas instalados e começando do zero, sem a infecção pelo vírus. Caso a infecção tenha sido reconhecida em sua empresa, é importante pedir ajuda a um especialista em TI para evitar que outras máquinas infectadas armazenem o vírus e o espalhem novamente.

Os criptominers estão se tornando uma categoria de vírus cada vez mais comum no Brasil, irritando usuários, aumentando o custo da conta de energia elétrica e até mesmo tornando os dispositivos pessoais inutilizáveis devido à lentidão e ao aquecimento. Reconhecer os sinais de um dispositivo infectado pode ajudar a prevenir prejuízos e dores de cabeça.