Pochettino revitalizaria a USMNT. Ele está à altura da tarefa?

Parece que Matt Crocker está prestes a entregar resultados positivos em todos os sentidos ao contratar o próximo técnico da seleção masculina dos EUA.

O diretor esportivo da USSF disse que encontraria um “técnico vencedor em série”. Quanto ao custo, ele disse que a contratação de um novo técnico era “algo em que estamos preparados para investir, e algo em que investiremos”. (A ESPN relatou anteriormente que a USSF estava preparada para ser criativa para cobrir os custos de contratar um técnico de ponta). Ele acrescentou: “Só quero ter o melhor técnico possível que possa ajudar o time a vencer, seja ele dos EUA ou de outro lugar”.

Com o colega da ESPN Mark Ogden confirmando que os termos foram acertados com o ex-técnico do Chelsea, Paris Saint-Germain e Tottenham Hotspur Mauricio Pochettino, Crocker parece ter acertado triplo-sete na máquina caça-níqueis gerencial da USMNT. Para ser claro, como os acordos financeiros entre Pochettino e Chelsea não foram finalizados, nenhum contrato foi assinado ainda. Como tal, a contratação de Pochettino ainda não foi aprovada pelo Conselho de Administração da USSF. Como disse uma fonte, “Ainda há trabalho a ser feito”.

Dito isso, a proposta de contratação do argentino seria um golpe se a USSF conseguir passar da linha. Pochettino, 52, administrou nos níveis mais altos do jogo e treinou alguns dos melhores jogadores do esporte, um grupo que inclui Lionel Messi, Neymar, Kylian Mbappé e Harry Kane. Ele também provou ser hábil em trazer jogadores jovens, seja Kane e Dele Alli no Spurs, ou Cole Palmer no Chelsea na temporada passada. Tudo isso conta como uma boa notícia para um grupo de jogadores dos EUA que é talentoso — ostentando nomes como Christian Pulisic do AC Milan, o meio-campista da Juventus Weston McKennie e Tyler Adams do Bournemouth — mas em muitos casos estagnou desde sua sólida exibição na Copa do Mundo de 2022 no Catar.

A eliminação na fase de grupos da Copa América do mês passado — do que parecia ser um grupo administrável com Uruguai, Panamá e Bolívia — custou a Gregg Berhalter seu emprego. A realização de uma Copa do Mundo em 2026 era uma oportunidade que corria o risco de ser desperdiçada, e deixou claro que a seleção dos EUA precisava de uma reformulação. É exatamente isso que a chegada de Pochettino alcançaria. E para uma seleção dos EUA que ainda é jovem, sua capacidade de nutrir jovens talentos é uma grande vantagem.

Sua nomeação também aliviaria um pouco a pressão sobre Crocker, que recebeu algumas críticas por recontratar Berhalter há 14 meses, depois de ele próprio estar no cargo há apenas dois meses. Essa decisão não saiu bem, e houve alguns rumores no conselho de diretores da USSF de que Crocker também deveria ter sido demitido. Contratar um gerente com a reputação de Pochettino deve silenciar esses sentimentos.

Os críticos podem questionar se Pochettino se qualifica como o “vencedor em série” que Crocker disse estar procurando. O argentino conseguiu ganhar três troféus durante sua passagem de 18 meses no PSG, incluindo um título da liga em 2021-22, mas as expectativas eram certamente maiores, dada a lista de alto preço que ele administrou em Paris. Mas ele também conseguiu levar o perene fracassado Tottenham à qualificação para a Liga dos Campeões quatro anos consecutivos, incluindo uma viagem à final de 2019, onde o Spurs perdeu por 2 a 0 para o Liverpool. Em uma competição tão acirrada quanto a Premier League, isso deve contar para alguma coisa.

A reputação de Pochettino é a de um treinador de jogadores, e dado que o elenco dos EUA parecia um pouco confortável demais no final do reinado de Berhalter, há preocupações de que ele possa não dar ao time o chute nas calças de que ele precisa. Mas a chegada de Pochettino, por si só, pelo menos aumentaria a tensão competitiva que geralmente existe dentro de uma seleção nacional.

Para começar, cada jogador começaria com uma ficha limpa. Os jogadores que estavam de fora durante a gestão de Berhalter sentirão que a porta para o tempo de jogo está aberta novamente. Enquanto isso, os titulares previamente bloqueados não poderão tomar nada como garantido. Todos estarão ansiosos para impressionar.

Outra preocupação em relação à potencial contratação de Pochettino é que seu sistema de alta pressão — fortemente influenciado pelo atual técnico do Uruguai, Marcelo Bielsa, que treinou Pochettino no Newell’s Old Boys e na seleção argentina — requer tempo para ser implementado. A Copa do Mundo de 2026 está a menos de dois anos de distância, com cerca de nove janelas internacionais restantes para Pochettino transmitir seu estilo aos jogadores dos EUA. Sua abordagem certamente exigiria alguma alimentação na colher no começo. A esperança é que uma Copa Ouro supostamente expandida no verão de 2025 ajudaria muito a dar aos jogadores o tempo em campo necessário para se atualizarem.

Se há um buraco no currículo de Pochettino, é sua falta de experiência internacional. Gerentes internacionais ao redor do mundo falam sobre como a falta de interação diária com os jogadores pode ser um desafio; isso certamente levaria algum tempo para se acostumar. Pochettino também teria que aceitar que seu grupo de jogadores é limitado. Não haveria como ir ao conselho se ele precisasse de um lateral ou outro meio-campista. Ele teria que se contentar com o que tem e desenvolver esses jogadores, bem como ficar de olho nos jogadores que emergem das categorias de base.

Dito isso, há alguns aspectos da gestão da USMNT que Pochettino abraçaria. Crocker e Pochettino se cruzaram no Southampton em 2013, onde Crocker estava terminando uma passagem comandando a academia do clube enquanto Pochettino estava apenas começando como gerente do time principal. Esse nível de familiaridade, por mais breve que tenha sido, pode ajudar no relacionamento de trabalho. O argentino provavelmente apreciaria a capacidade de simplesmente continuar com o trabalho sem interferência de cima, algo que caracterizou seus mandatos no PSG e no Chelsea.

Além do impacto de Pochettino nos jogadores, sua potencial chegada ajudaria a gerar entusiasmo para o time e receita para a USSF. Você teria que voltar à era Jürgen Klinsmann para encontrar uma época em que havia tanto interesse e excitação em torno da USMNT. Berhalter dividiu a opinião dentro da base de fãs dos EUA, Pochettino a uniria. Haverá uma ânsia para ver que tipo de impacto ele poderia ter no time. Esse provável aumento no interesse deve ser sentido no portão também, já que até mesmo as partidas mais mundanas provavelmente deixarão os fãs cativados pelas sutilezas táticas que Pochettino implementaria.

Tudo isso parece fantástico no papel, mas a realidade será outra. Seja qual for seu sentimento, se Crocker for capaz de concluir a contratação de Pochettino, o diretor esportivo colocou a USMNT em uma posição onde pode voltar a uma trajetória ascendente.