Quando Alex Pereira defender o título dos meio-pesados do UFC pela terceira vez no sábado, farão apenas 99 dias desde que ele fez sua segunda defesa de título no final de junho. Pereira, que enfrenta Khalil Rountree Jr. na luta principal do UFC 307 (ESPN + PPV, 22h horário do leste), não é de ficar parado. Ele fez a primeira defesa do cinturão em abril, apenas 77 dias antes da segunda.
Para colocar em perspectiva a atividade de Pereira no campeonato, considere que dos outros três campeões do UFC que têm uma luta agendada, nenhum entrará na jaula depois de ter competido nos últimos 250 dias. Quando Jon Jones colocar seu título dos pesos pesados em jogo em novembro, já terão se passado 580 dias desde sua última luta.
Porém, Pereira não é um recordista, nem perto disso. Em 2020, Deiveson Figueiredo defendeu o título peso mosca masculino duas vezes em 21 dias. E Pereira também está a quilômetros de outro recordista de 125 libras. O recentemente aposentado Demetrious Johnson colocou o campeonato em disputa 11 vezes durante um reinado contínuo de quase seis anos. Mesmo que Pereira consiga manter o ritmo e a preeminência atuais, precisaria de mais de dois anos para recuperar o atraso.
Não deixe nada passar, mas Pereira não está necessariamente perseguindo “Mighty Mouse” e sua impressionante corrida contra a sede de vencer outro oponente. Ele falou em voltar ao peso médio, onde já foi campeão, para desafiar Dricus Du Plessis pelo antigo cinturão. Ele também falou sobre pular a fila de pesos pesados alinhados na frente de Jones e buscar a dupla conquista inédita de vencer o GOAT e garantir uma cinta em uma terceira categoria de peso.
Não importa o caminho que Pereira tome, um lugar no livro de história o aguarda no horizonte.
Mas Rountree pode excluir o capítulo do campeonato em andamento de Pereira neste fim de semana com um único toque de tecla. O desafiante é um azarão considerável (+385 na ESPN BET), mas tem um impacto enorme. Rountree venceu cinco lutas consecutivas, quatro por nocaute. Ele produziu sete nocautes e 13 nocautes em sua carreira no UFC, ambos mais do que qualquer outro meio-pesado ativo. E ele prometeu negociar com Pereira, um dos perfuradores mais terríveis do esporte.
A história do evento principal promete ser feroz, mas não é a única intrigante no card de luta de dois títulos de sábado em Salt Lake City. Aqui estão cinco coisas a serem observadas.
1. O ‘0’ de alguém sim não tenho que ir
Rountree finaliza Roberson com um violento nocaute no corpo
Khalil Rountree finaliza Karl Roberson com o que parece ser um nocaute brutal.
Rountree está no UFC há oito anos, competindo 15 vezes e acumulando pouco menos de duas horas de luta. Mesmo assim, em todos os seus grandes momentos dentro do octógono, Rountree não completou nenhuma queda – porque ele nem sequer tentou uma.
Considerando o pedigree do kickboxing e o poder de Pereira – e o jogo de luta agarrada muito menos desenvolvido do campeão – seria sensato levá-lo para a tela, não? Rountree não está interessado.
“Não tenho intenção de derrubar ou tentar seguir o que as pessoas considerariam o caminho mais fácil. Honestamente, quero travar uma luta inesquecível”, disse Rountree durante um episódio recente do podcast “Believe You Me” de Michael Bisping. “Essa é uma luta que vou lembrar para o resto da minha vida, então quero entregar a mesma coisa para os fãs. Quero que essa seja uma daquelas lutas que as pessoas falam durante anos para vir.”
Essa promessa poderia silenciar os murmúrios que questionam por que o UFC entregaria a chance pelo título a um lutador de 205 libras que nem sequer estava entre os cinco primeiros. Se Rountree, número 7 no ranking da ESPN, for fiel à sua palavra, a atração principal da noite de sábado deverá agradar ao público.
2. A família que luta unida…
Raquel Pennington conquista cinturão peso galo feminino do UFC
Raquel Pennington derrotou Mayra Bueno Silva na co-luta principal do UFC 297 e conquistou o título peso galo feminino.
Alayah Rose Pennington fará 16 meses na noite da luta – um pouco jovem para comprar pay-per-views. Mas se ela tivesse acesso a uma TV e os desenhos animados não estivessem passando, ela teria vários interesses torcendo pelo UFC 307. Ambas as mães dela estarão brigando.
Tecia Pennington, competindo pela segunda vez desde o parto em junho de 2023, enfrentará a bicampeã peso palha Carla Esparza em luta preliminar. E isso é apenas um aperitivo para o que a refeição em família servirá mais tarde na co-luta principal, quando Raquel Pennington defende o título do peso galo contra Julianna Peña.
Os Penningtons não serão o primeiro casal a lutar no mesmo card do UFC. Em 2020, Montana e Mark De La Rosa comemoraram o fim de semana do Dia dos Namorados competindo dentro do octógono. Mais tarde naquele ano, JP Buys e Cheyanne Vlismas, que eram casados na época, também dividiram o card do UFC.
3. Um pequeno passo para Kayla, um salto gigante para o peso galo feminino?
Kayla Harrison finaliza Holly Holm em sua estreia no UFC
Kayla Harrison acerta um mata-leão na ex-campeã Holly Holm em sua estreia no UFC.
A estreia de Harrison no UFC em abril pode ter parecido um sucesso absoluto, mas vou discutir isso. Claro, ela derrotou um ex-campeão, mas Holly Holm tem 42 anos e apenas uma vitória desde 2020. Se Harrison tivesse conseguido aquela finalização no segundo round contra Holm no auge da carreira, eu teria ficado extremamente impressionado. Em vez disso, digamos que estou ligeiramente impressionado e vejo Harrison como um trabalho promissor em andamento.
Aos 34 anos, Harrison deve progredir rapidamente para cumprir essa promessa. E é isso que ela pretende fazer no UFC 307, apresentado no mesmo card da luta pelo título Pennington-Peña. O adversário de Harrison, Ketlen Vieira, não é nada fácil, mas depende predominantemente do grappling, e a faixa preta de judô do brasileiro empalidece em comparação com as duas medalhas de ouro olímpicas de Harrison nessa disciplina.
O peso galo feminino não tem o poder de estrela que já foi iluminado por Amanda Nunes e Ronda Rousey. Harrison pode estar a caminho de restaurar o brilho.
4. Este card de luta pode ser patrocinado pela AARP
Thompson e Holland colocam potencial candidato à Luta do Ano
Stephen “Wonderboy” Thompson e Kevin Holland dão aos fãs de Orlando o valor do seu dinheiro na luta principal do UFC Fight Night.
Aos 37 anos, Pereira é o mais velho dos 11 campeões do UFC. No UFC 307, porém, ele será apenas o sétimo lutador mais velho.
Pereira está entre mais de uma dúzia de competidores na escalação de sábado com 35 anos ou mais. Três completaram 40 anos: Stephen “Wonderboy” Thompson e Ovince Saint Preux, ambos de 41 anos, e Tim Means, de 40 anos.
De acordo com a ESPN Research, a maior média de idade em um card de luta do UFC foi de 33,879315068 anos no UFC 300 de abril, encabeçado por Pereira x Jamahal Hill. Esse recorde cairá neste fim de semana. Não entrei em decimais no cálculo, mas a idade média dos 24 lutadores escalados para competir no UFC 307 é de 34,4 anos. Chame este evento de um para o idades.
5. E ainda há aquele que não tem idade
Poucos meses após a aposentadoria de José Aldo do MMA, há dois anos, o UFC anunciou que o bicampeão peso pena seria indicado em 2023 ao seu Hall da Fama. Nenhuma surpresa aí. Aldo detém o recorde de defesas de título da divisão até 145 libras, com sete no UFC e mais duas na promoção irmã, o WEC – antes do UFC ter sua categoria de peso. Essa sequência de sucesso veio durante uma sequência de 18 vitórias consecutivas que durou uma década. “O Rei do Rio” foi um homenageado óbvio.
Porém, Aldo não terminou como lutador. Ele sempre sonhou com o boxe, então no ano passado pisou no ringue em três lutas, duas delas como profissional. Ele ficou invicto. E então, em maio passado – surpresa, surpresa – Aldo voltou ao octógono, derrotando Jonathan Martinez no UFC 301, no Rio de Janeiro. Este era o canto do cisne de sua cidade natal? Não.
Aldo, 38 anos, enfrenta Mario Bautista no sábado e não há porta de saída à vista. Como ele disse à CBS Sports antes da luta com Martinez: “Eu precisava de uma folga e tive minha folga. Estou recuperado e agora estou de volta”.
Fonte: Espn