Na madrugada desta segunda-feira (28), a jovem Geisiele da Silva, de 25 anos, passou por um drama profundo que escancara a fragilidade do sistema de saúde de Coruripe. Grávida de gêmeos e em sua primeira gestação de alto risco, Geisiele entrou em trabalho de parto em sua residência e, junto de sua família, enfrentou uma série de negativas e omissões por parte do poder público que culminaram em uma tragédia irreparável.
Por volta das 2h da madrugada, os familiares da jovem entraram em contato com a ambulância da prefeitura, esperando o devido socorro para a gestante em trabalho de parto. No entanto, segundo os familiares, o condutor da ambulância da prefeitura se recusou a realizar o atendimento, recomendando que a família procurasse o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
Em uma tentativa de seguir a orientação recebida, os familiares contataram o SAMU de Coruripe, mas foram informados que a ambulância estava quebrada, e, ao tentar o SAMU do município vizinho de Teotônio Vilela, também não obtiveram êxito.
Sem auxílio das autoridades locais e com a situação se tornando crítica, Geisiele deu à luz em casa, sem qualquer suporte médico. O desfecho foi trágico: um dos bebês faleceu logo após o parto.
Após o parto, amigos da família conseguiram levar Geisiele para atendimento de emergência. No entanto, a UPA de Coruripe não ofereceu vaga para internar a jovem mãe. Geisiele foi então transportada para a Unidade de Pronto Atendimento em Penedo, cidade vizinha, onde foi finalmente internada. O bebê sobrevivente foi encaminhado à UTI do Hospital Carvalho Beltrão na cidade coruripense.
O sepultamento do bebê que faleceu foi realizado na tarde desta segunda-feira, com uma mistura de dor e revolta entre os familiares, que vivenciaram, nas próprias palavras de Vanessa e Taise, cunhadas de Geisiele, a impotência diante da falta de assistência. Em vídeo, elas descrevem a madrugada de angústia e a indignação com o descaso: “A gente foi ao posto de saúde, pediu uma ambulância, mas falaram que não poderiam liberar. Ligamos para o SAMU, mas também não conseguiram vir. Tentamos de tudo, mas perdemos um dos bebês,” relata Vanessa, destacando a dor pela perda e a indignação diante da inércia das autoridades de Coruripe.
Com informações do Instagram Pindorama na Íntegra