Barcelona de Flick: intratável na Europa e fraco na LaLiga


O Barcelona que vagueia sem rumo na LaLiga parece intratável na Europa, cavalga na Taça e já conquistou a Supertaça. Este é o Barça de Flick


BARCELONA – O Barcelona Ele queria, mas não conseguiu em Getafe. E três dias depois, em Lisboa, aconteceu uma revolução que nem os adeptos mais veteranos se lembravam.

Há um mês e meio ele derrotou o Borussia Dortmund na Alemanha… Quatro dias antes de se mostrar indefeso em Montjuïc contra o Leganés.

Um Barça com duas caras, aquele que se vê na lama antes de voar na Europa, e nos torneios KO, e na LaLiga, preso num labirinto de mediocridade.

Desde a derrota no Mónaco, a equipa de Hansi Flick venceu os seis jogos seguintes na Liga dos Campeões, e incluindo a Supertaça e a entrada na competição da Taça, mostrou-se uma equipa capaz de raspar nos momentos de máximo stress.

Entre os dois jogos da Supertaça (Athletic Club e Real Madrid), dois jogos da Taça (Barbastro e Real Betis) e os dois últimos jogos da Liga dos Campeões (Borussia e Benfica), o Barça marcou 24 gols.

Ganhou-os todos, misturando exposições indiscutíveis (o Clássico Árabe), triunfos controlados (Dortmund) e ressurreições monumentais (Lisboa).

E nesse mesmo período de jogos, dos últimos seis da Liga (não é preciso completar a desastrosa sequência de oito jornadas) só conseguiu vencer um. Marcou 10 gols, mas cinco foram na mesma partida (Maiorca), mostrando esse outro lado, o de um desamparo tão difícil de acreditar quanto difícil de aceitar.

Pode-se pensar que são esses jogos curtos de torneio, sem a necessidade imperiosa de manter a regularidade, ou a obrigação de não falhar, que mais se adequam ao Barça de Flick, a equipa mais jovem de que há memória, cheia de candidatos a estrelas.

E pode apostar que é verdade: que o treinador alemão está a lapidar o seu grupo de jogadores com cuidado e compreendendo as dificuldades que enfrentam.

O MSN Barça existiu por um período limitado de tempo, liderado por Luis Enrique que é o treinador que de certa forma se afastou ainda mais do capricho pelo qual o Barça moderno é conhecido, reconhecível pelo seu controle, posse, domínio do jogo e o palco… Algo que Guardiola e Valverde exibiram. E Vilanova e Martino. E também Xavi. O que Koeman teria desejado e de certa forma Rijkaard colocado em órbita…

Flick, por outro lado, colocou o seu Barça numa montanha-russa de sensações e conseguiu, por enquanto, garantir que o drama que tomou conta da equipa na LaLiga nos últimos dois meses não tenha consequências aos olhos de torcedores dedicados a esse treinador alemão que rompeu com tudo.

É um Barça com duas caras, capaz do melhor e do pior. “Nós damos um show ou eles nos dão”, brincou certa vez Txiki Begisristain, na época do Dream Team, jogador de futebol indiscutível daquele período lendário de Johan Cruyff e com quem, apesar das (óbvias) diferenças, esta equipe tem uma certa semelhança.

No momento ele tem conseguido garantir que não haja ninguém na equipe para discutir com ele. E isso, em Barcelona, ​​era algo impensável até há pouco.



Fonte: ESPN Deportes