A orca Tahlequah volta a estar em luto. O cetáceo que vive em Puget Sound, uma enseada do Oceano Pacífico, localizada nos Estados Unidos, já tinha perdido um de seus filhotes em 2018 e chocou o mundo por carregar seu corpo por 17 dias. Agora, o golfinho repete a cena mais uma vez.
O filhote de orca morto, documentado como J61, era uma fêmea. É o que indica o Centro de Pesquisa de Baleias em uma publicação do Instagram, em 1º de janeiro deste ano.
Tahlequah não consegue comer e outros cetáceos do grupo foram avistados tentando alimentá-la. Segundo os pesquisadores, o golfinho está totalmente concentrado em apenas empurrar o corpo de seu filhote. Ela foi vista algumas vezes movendo-o com nariz e outras vezes agarrando-o com a boca, informou a mídia americana NPR. “É um momento de luto muito trágico”, declarou Ken Balcomb, fundador do centro de pesquisa, à NPR.
Orca tem outros dois filhos. Um filhote de 3 anos, conhecido como Phoenix, e um de 14 anos, conhecido como Notch, ambos machos.
Filhotes mortos preocupam pesquisadores. O grupo de SRKW (“baleias assassinas residentes do Sul”, da sigla em inglês) conta com 70 indivíduos, que estão em processo de extinção. Por este motivo, a morte do filhote subiu um alerta para o aumento da mortalidade.
“A morte de qualquer filhote na população de SRKW é uma perda tremenda, mas a morte de J61 é particularmente devastadora, não apenas porque ela era uma fêmea, que poderia um dia potencialmente ter liderado a sua própria linhagem, mas também dado a história de sua mãe J35, que perdeu dois dos quatro filhotes documentados -ambos eram fêmeas. Toda a equipa do Centro de Pesquisa de Baleias está profundamente triste com estas notícias e continuaremos a fornecer atualizações quando pudermos”, Centro de Pesquisa de Baleias, no Facebook.
LUTO EM CETÁCEOS – Não é a primeira vez que o luto entre cetáceos foi registrado. Com Tahlequah é a segunda vez: quando perdeu outra filhote, ela passou 17 dias “velando” o corpo. Outro caso foi em 2023, quando a revista Marine Mammal Science avistou pela primeira vez um comportamento de luto em uma baleia-bicuda-de-cuvier, na Espanha.
Ao lado dos mortos. Em 2016, pesquisadores observaram que baleias e golfinhos “abraçam” membros do seu grupo quando eles morrem.
Fonte: TNH1