A medida judicial foi ajuizada após uma declaração, feita sem apresentação de evidências, de que teria havido orientação do PCC para votar em Guilherme Boulos. A fala foi proferida pelo governador em 27 de outubro, data do segundo turno eleitoral, durante uma coletiva de imprensa realizada no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual.
Na ocasião, o governador estava acompanhado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), concorrente de Boulos na disputa. Eleito para um segundo mandato, o emedebista também foi mencionado na notícia-crime apresentada pelo psolista ao TSE.
Boulos classificou a declaração como criminosa e ingressou com uma ação na Justiça Eleitoral. O pedido solicitava a inelegibilidade do governador e do prefeito por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, já que o governador teria utilizado sua posição oficial para divulgar a informação sobre o PCC.
A campanha de Boulos também requereu a cassação da chapa de Nunes. Segundo o parlamentar, o prefeito e seu vice, Mello Araújo (PL), teriam sido beneficiados pelo abuso de poder. “Trata-se de uma grave tentativa de influenciar o resultado da eleição, no dia do pleito, de uma forma inédita no estado de São Paulo”, afirma trecho da ação.