Recentemente, os mercados da América Latina têm chamado muita atenção e escrutínio dos media mas infelizmente, pelos piores motivos. Afinal, as empresas latino-americanas ocuparam manchetes de notícias financeiras mundiais pelo seu forte envolvimento em casos de corrupção de alto nível. Até as empresas “blue chip” como as gigantes petrolíferas Pemex e Petrobras estiveram ligadas diretamente a alguns dos maiores casos de suborno dos últimos tempos — o que provocou um desmoronamento dos mercados e uma ação por parte dos governos.
Polémicas como a mencionada podem criar oportunidades para investidores responsáveis e disciplinados que tenham um vasto conhecimento do mercado financeiro.
Porque razão a América Latina pode oferecer oportunidades extraordinárias para os investidores?
Apesar do susto inicial causado pelos escândalos da América Latina, a reação por parte dos órgãos governamentais e empresas envolvidas, aumentou o valor dos títulos na posse de investidores internacionais.
O impacto da corrupção na América Latina levou ao amadurecimento de alguns regimes democráticos de tal forma que os governos se esforçaram para criar regulamentos mais rigorosos e exigir maior transparência para as empresas que se envolvem em atividades corruptas.
Paralelamente, as empresas que estavam no seio das polémicas recentes têm trabalhado incansavelmente para modificar e melhorar as suas estruturas de governação, criando um cenário onde os preços das suas ações melhoraram progressivamente e as divisas da região também se recuperaram.
Os números apoiam investimentos éticos?
Isto realça a importância de investimentos éticos na era moderna, com boas práticas e transparência no que diz respeito à gestão o que aparenta ter um impacto direto no valor de ações e capital.
De acordo com os dados recolhidos por Vontobel Asset Management, o desempenho das ações latino-americanas com a classificação ESG mais alta foi 7000bps maior do que o de alternativas menos sustentáveis nos últimos cinco anos.
Sem dúvida que, a corrupção de alto nível na América Latina incentivou investidores a priorizar ações éticas durante este período, ao passo que a resposta coletiva de empresas e órgãos governamentais também gerou mais oportunidades lucrativas para os traders.
Por exemplo, presenciamos a queda do valor dos títulos da Pemex após o escândalo de suborno, levando a empresa a vender os seus ativos e títulos abaixo do valor de mercado.
No entanto, à medida que os negócios se recuperavam, o valor desses ativos foi aumentando, o que significa que os investidores que capitalizaram com a situação da Pemex e assumiram propriedade dos instrumentos financeiros subjacentes viram o seu portefólio crescer substancialmente num período de tempo relativamente curto.
Independentemente da perspectiva que se adote para olhar para esta questão, a economia latino Americana apresenta grandes oportunidades de investimento com nova geração de ‘startups unicórnios’ que têm aumentado nos últimos dois anos.
Juntamente com a resposta positiva do setor privado à corrupção e focando numa melhor e maior governação e transparência, agora é hora de lucrar com a América Latina e outros mercados emergentes promissores.