Um grupo de oito organizações de navegação, que representam 90% da frota comercial do mundo, propôs um programa colaborativo de pesquisa e desenvolvimento para ajudar a eliminar as emissões de CO2 do transporte marítimo internacional.

O programa inclui um financiamento de US $ 5 bilhões, para um período de 10 anos. Os armadores disseram que estão buscando acelerar o desenvolvimento de navios zero emissões de carbono, comercialmente viáveis, até o início de 2030.

O grupo inclui organizações bastante representativas no setor de navegação como a Baltic and International Maritime Council (BIMCO ) e a International Chamber of Shipping (ICS). Também aderiram ao programa instituições que representam setores específicos da indústria naval: o World Shipping Council, da indústria de navios para contêineres; a Associação Internacional de Linhas de Cruzeiros; a Interferry, da indústria internacional de balsas; a Intercargo, representante dos navios graneleiros; e a Intertanko e a International Parcel Tankers Association, ambas do setor de navios-tanque.

Representantes do programa disseram em comunicado à imprensa que “o transporte marítimo internacional é responsável por cerca de 90% do comércio global e atualmente por aproximadamente 2% das emissões de CO2 do mundo. Para atingir as metas de mudança climática estabelecidas pelo ‘Acordo de Paris’ a rápida descarbonização é vital, inclusive para este setor”.

A Organização Marítima Internacional das Nações Unidas (IMO) já visava, desde 2018, um corte nas emissões de gases do efeito estufa do setor naval de pelo menos 50% até 2050, independentemente do crescimento do comércio marítimo, com zero emissões após esse prazo.

“A meta para 2050 requer uma melhoria na eficiência dos navios de até 90%, o que é incompatível com o uso contínuo a longo prazo de combustíveis fósseis por frotas comerciais”, disseram os representantes do grupo de indústrias navais.

“Atingir as metas de redução de gases de efeito estufa exigirá a implantação de novas tecnologias e sistemas de propulsão zero-carbono, como hidrogênio verde e amônia, célula de combustível, ou baterias e combustíveis sintéticos produzidos a partir de fontes de energia renováveis. Ainda não existe em grande escala uma forma que possa ser aplicada a grandes navios comerciais, especialmente aqueles que realizam viagens transoceânicas e que dependem de combustíveis fósseis.”

As oito organizações propuseram estabelecer um programa de pesquisa e desenvolvimento supervisionado pelos países pertencentes à IMO, financiado com uma contribuição obrigatória de US $ 2 por tonelada de combustível marítimo comprado para consumo pelas companhias de navegação em todo o mundo. Isso traria cerca de US $ 5 bilhões em 10 anos. Segundo seus representantes, o plano será discutido em Londres, na próxima reunião do Comitê de Proteção Ambiental Marinho (Marine Environment Protection Committee), em março de 2020.