A revolução tecnológica vem mudando a nossa forma de trabalhar, nos comunicar, estudar e consumir. As plataformas eletrónicas, e-commerce e apps já fazem parte do nosso dia a dia simplificando transações e acelerando vários processos que costumavam ser longos e tediosos as vezes. Os serviços financeiros também estão percebendo aquela mudança nos canais de atendimento o parece que muitos brasileiros aproveitam disso.
a irrupcao das fintechs
a transformação do mercado no setor financeiro se traduz na chegada, faz algum tempo, das chamadas fintechs. Esse termo surge da união de duas palavras em inglês: financial e technology. Trata-se de startups que trabalham no setor financeiro introduzindo os benefícios do internet e interagindo com clientes por meios digitais para simplificar solicitudes, agilizar contratações e ao mesmo tempo garantir segurança nas operações, tanto para a companhia como para o cliente. como explicou Guilherme Horn, Diretor Executivo e Líder de Inovação da consultora Accenture, para o site Canaltech “Empresas de Fintech são tipicamente aquelas que usam tecnologia de forma intensiva para oferecer produtos na área de serviços financeiros de uma forma inovadora”. A ideia é poder controlar por meios virtuais cartões de crédito, toma de empréstimos, investimentos e contas bancárias de um jeito fácil e rápido.
E esses benefícios se refletem no fluxo de usuários das novas tecnologias que vem crescendo exponencialmente nestes anos. Um estudo da MindMiners sobre “O brasileiro e o dinheiro” mostra que 55% das pessoas já utilizaram algum produto ou serviço vinculado com fintechs; é um valor a ser levado em conta se considerarmos que em 2017 aquele porcentual era apenas de um 25%. A causa do rápido crescimento dos bancos digitais e fintechs, explicam, tem a ver com as propostas de valor oferecidas para cobrir as demandas do consumidor. É que justamente os principais motivos pelos quais os consultados expressaram escolher uma instituição financeira, concordam com os fatores nos quais as fintechs apresentaram melhor desempenho com relação aos bancos tradicionais: tarifas baixas, bom atendimento, pouca burocracia nas operações e experiência digital.
Na mesma linha, José César da Costa, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), entende que o avanço das fintechs se explica porque elas fazem foco numa parcela da população insatisfeita com os serviços oferecidos pelas instituições tradicionais. A questão económica é essencial na escolha dos clientes, que encontram nas fintechs preços e taxas mais competitivas na hora de escolher onde tomar um empréstimo por exemplo. Segundo a pesquisa feita pela Confederação, se tiver em conta as condições de taxas e tarifas, 49% dos usuários preferem os serviços oferecidos pelas startups.
E como ficam o bancos tradicionais?
Mesmo com as grandes vantagens do acesso digital aos serviços financeiros, não é pra falar do final dos bancos tradicionais. A distância parece ser muito longa levando em conta que existe uma ampla margem de população desbancarizada. Na pesquisa Banking & Fintech Insights, sobre finanças pessoais, realizada pelo Instituto QualiBest, o banco “mais popular” no que tem a ver com relacionamento com os entrevistados ainda era um banco tradicional, no caso a Caixa Econômica Federal. 81% considera ainda importante a existência de agências físicas para realizar suas transações financeiras.
Em palavras da Diretora geral do Instituto QualiBest, Daniela Malouf “A insegurança com os bancos digitais diminui quando aumenta o conhecimento sobre eles. A ausência de tarifas, praticidade no gerenciamento de contas e a inovação de ser 100% digital são os principais fatores que motivam a abertura de contas em bancos digitais”. Como sempre, o caminho para a aceitação de novas ferramentas é a informação.