CBF tira direito dos torcedores: Série D começa sem transmissão e Penedense é prejudicado

A temporada 2025 da Série D começou com um gosto amargo para os clubes e, principalmente, para nós, torcedores apaixonados do Sport Club Penedense. Pela primeira vez em anos, estamos vendo o nosso time do coração disputar o Campeonato Brasileiro – e, ironicamente, somos impedidos de assistir aos jogos. Tudo por uma decisão polêmica da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Às vésperas da estreia da competição, a CBF proibiu que os clubes transmitissem suas partidas de forma independente, contrariando a Lei do Mandante (Lei nº 14.205/2021), que garante aos times o direito de negociar a transmissão dos jogos em que atuam como mandantes. Pior: ameaçou retirar a ajuda de custo – cerca de R$ 500 mil por clube – e qualquer premiação daqueles que ousassem transmitir seus próprios jogos ou fechar parcerias de transmissão.

Essa atitude não afeta apenas os dirigentes e os cofres dos clubes. Afeta diretamente nós, torcedores, que acompanhamos de perto o crescimento e as batalhas do Penedense. Afinal, para quem mora longe, para quem quer apoiar mesmo que seja de casa, ver o jogo do nosso time é também fazer parte da história que está sendo construída em campo.

A CBF alegou que a proibição seria necessária porque está negociando a venda dos direitos de transmissão da Série D em bloco para empresas privadas. Porém, até agora, nenhuma solução foi apresentada: os jogos seguem sem transmissão oficial, e apenas em casos pontuais de interesse de emissoras públicas pode haver cobertura – algo caro e raro, especialmente nas fases iniciais da competição.

Enquanto isso, clubes tradicionais como Santa Cruz, América de Natal, 13 da Paraíba, Central de Caruaru, ASA de Arapiraca, além do próprio Penedense, são silenciados. Times que arrastam multidões em suas cidades ficam invisíveis para seus torcedores. A Série D, que deveria ser uma vitrine para o futebol brasileiro raiz, virou uma competição no escuro.

É inaceitável que a mesma CBF que se diz “investindo como nunca” em estrutura e logística da Série D, bloqueie a principal ponte que liga o torcedor ao seu clube: a transmissão dos jogos. De que adianta falar em milhões de reais investidos se o torcedor, a razão de existir do futebol, é ignorado?

Mais revoltante ainda é saber que a CBF, comandada por Ednaldo Rodrigues, preferiu ameaçar financeiramente os clubes ao invés de encontrar soluções que respeitassem a lei e valorizassem o futebol de base, aquele que pulsa nas cidades do interior como Penedo. Vale lembrar que clubes da Série D sequer têm direito a voto nas eleições da CBF, o que mostra o quanto são tratados como peças descartáveis no tabuleiro do futebol brasileiro.

Neste momento, o Penedense e os outros 63 clubes da Série D seguem de mãos atadas. E nós, torcedores, seguimos na torcida, na esperança de que alguma emissora pública se interesse em transmitir. Ou que, ao menos, a pressão popular faça a CBF recuar desse absurdo.

O futebol não pode ser apenas negócio. Futebol é paixão, é cultura, é identidade. E o torcedor da Série D merece respeito.