Presidente do Penedense lamenta demora no processo para liberação dos recursos do mecanismo de solidariedade: “Time pequeno sofre”
A negociação do atacante Marinho com o Changchun Yatai, da China, encheu os dirigentes do Penedense de esperança. A transferência do jogador alagoano, que nasceu em Penedo, para o futebol chinês vai representar um alento financeiro para o clube. Tudo por causa do mecanismo de solidariedade da Fifa.
Um dos formadores de Marinho, o time alagoano deve, no fim das contas, ter direito a receber 0,5% da negociação do atacante para a China. Os valores da transferência giraram em torno de R$ 17 milhões e devem render cerca de R$ 85 mil para o Penedense, uma fortuna para a realidade do time.
Porém, a expectativa de poder contar com um recurso incomum para os cofres deu lugar à frustração. Presidente do Pedense, Valdemir Alves lamenta a demora na liberação do dinheiro e explica como está o processo.
– Eu falei com o advogado, e a gente está aguardando a CBF passar o passaporte para o advogado para que ele possa fazer os trabalhos no processo [de liberação dos recursos]. Quanto mais tempo a gente tiver como clube formador do atleta, mais recursos temos direito. É justamente isso que o passaporte da CBF vai comprovar. Mas time pequeno, você sabe como é. Se fosse grande, com 15 dias já tinha saído. Time pequeno sofre. A gente está se humilhando, pedindo ao pessoal do [setor de] registro da CBF. Recentemente, eu fui orientado a encaminhar uma declaração para o Marinho, para ele assinar e nos devolver, confirmando que ele foi atleta do Penedense. Assim, reforça a comprovação da passagem dele pelo nosso clube e também ajuda mais para viabilizar a liberação desse recurso – lamentou.
Na federação
Diante do impasse em relação a Marinho, o presidente foi tentar também ajuda na Federação Alagoana de Futebol.
– Pelo que constam em nossos registros, ele [Marinho] atuou aqui em 2004, 2005 e 2006. Estou torcendo que a maior fatia desse recurso seja pra gente. Ele jogou como amador também no Fluminense. Em conversa recente com o presidente da Federação Alagoana de Futebol, Felipe Feijó, eu até brinquei e disse: “Eu gostaria que o Fluminense e os outros [clubes] abrissem mão desses cinco por cento e deixassem tudo pra gente” – riu.
Em fase de preparação para disputar a Segunda Divisão do Campeonato Alagoano, o dirigente acrescenta que não é fácil administrar um clube sem recursos.
– A gente fica na luta, qualquer centavo que entre é bem-vindo. A verba do Marinho eu pretendo investir no estádio [Alfredo Leahy]. Já iniciamos os trabalhos de melhoria nas cabines de imprensa, estamos pavimentando a entrada do estádio e tomando algumas providências para atender às exigências dos laudos necessários para disputar a Segunda Divisão. Temos até o dia 31 de agosto para poder apresentar os laudos exigidos e jogar a Segunda Divisão aqui em Penedo – disse.
Fonte: Globoesporte/AL
Por Denison Roma, Maceió