Esta segunda-feira (10) foi um dia especial para mais de 700 jovens, adultos e idosos de Penedo e região, com o início das aulas do Programa Brasil Alfabetizado (PBA). A decisão foi anunciada na sexta-feira (07) em reunião realizada na sede da 9ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), em Penedo. O evento contou com a presença da coordenadora regional e técnicos da CRE, de representantes da Diretoria de Articulação Institucional (Diari) da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEE) e mais 12 coordenadores de turmas daquela região.
Segundo a coordenadora Regional, Cleide Cerqueira, com a mobilização realizada para dar início a oitava etapa do PBA na região, além dos 12 coordenadores de turmas, foram cadastrados 72 alfabetizadores, todos voluntários, para atender os municípios de Porto Real do Colégio, Olho D’Água Grande, Piaçabuçu, Igreja Nova e zona rural de Penedo, incluindo comunidades indígenas e quilombolas.
“Este é um programa muito importante para nossa região, que ainda tem um número considerável de pessoas sem alfabetização. É uma oportunidade de levar o ensino até elas. E fizemos questão de conhecer cada espaço, conhecer cada realidade e garantir as condições necessárias para a aprendizagem. Estamos felizes pelo início das aulas, que serão ofertadas nos turnos vespertino e noturno”, explica.
A gestora estadual do programa e técnica da Diari, Adeilma Fonseca, destacou a importância do programa e a expectativa de alfabetizar cerca de dez mil alunos em todo o Estado nesta oitava etapa, que será encerrada em junho de 2015. Ela fez um alerta aos coordenadores presentes sobre a responsabilidade e o papel de cada um dos envolvidos.
“Este é um programa muito importante, que vem ganhando reconhecimento e ampliando a procura a cada etapa, tanto dos profissionais, quanto da comunidade. Temos metas a cumprir e desafios a enfrentar”, destacou, agradecendo em seguida o empenho de cada um dos coordenadores presentes pela formação das turmas locais.
Ainda de acordo com a gestora, o objetivo maior do programa é ingressar esses alfabetizandos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), informando que, na última etapa do PBA, dos 7006 alfabetizados, seis mil foram matriculados em salas do Programa de Educação de Jovens e Adultos (Peja). “O PBA é uma porta de acesso para a escolaridade para muitas pessoas”, ressalta.
Durante a reunião, os participantes receberam os termos para formalização do serviço voluntário a ser assinado por todos os coordenadores de turmas e alfabetizadores, além de materiais com orientações básicas sobre atribuições e responsabilidades, bem como sobre preenchimento, conferência e entrega de documentação mensal como frequências, relatórios e planejamento.
Benefícios para quem estuda e quem ensina
Os 12 coordenadores presentes à reunião foram unânimes em sinalizar o interesse em levar o PBA para seus municípios e comunidades rurais e destacaram a importância dele para cada um. Quilombolas, indígenas e trabalhadores agrícolas, principalmente os do setor canavieiro, estão entre os maiores beneficiados do programa na região. Parabenizando a iniciativa do programa, o índio e coordenador da Aldeia Cariri Xocó, de Porto Real do Colégio, José Rodrigues Tenório enfatizou os benefícios para sua comunidade.
“É uma alegria poder levar esta oportunidade para meu povo. Antes, essa formação chegava até nós por meio de representantes de várias religiões, mas atendia a poucos e muitos índios eram obrigados a buscar esse conhecimento fora da comunidade”, declara. Uma das coordenadoras de Igreja Nova, Lúcia Helena Vasconcelos, diz que investirá na motivação dos seus 50 alfabetizandos matriculados – a maioria trabalhadores de usinas da região – para evitar o abandono.
“Gosto muito de trabalhar com educação e observar os resultados alcançados a cada etapa. É uma emoção indescritível vê-los assinar seus nomes pela primeira vez. O período da colheita da cana está próximo e, como muitos de meus alunos são trabalhadores deste setor, vamos estimulá-los de forma a continuarem seus estudos”, pondera.
Segundo o coordenador e representante da quilombola do povoado Palmeira dos Negros, também do município de Igreja Nova, Genilson Flor, a aceitação da comunidade ao PBA tem sido crescente, à medida que percebem como este tem mudado a vida de muitos deles. Ele explica que se trata de um incentivo para quem estuda e para quem oferta o saber, citando seu exemplo pessoal.
“Trabalho neste programa desde 2005 e, na época, havia apenas três turmas. Já fui formador em outras etapas e hoje assumi a coordenação. É um privilégio dar continuidade ao programa e dar uma oportunidade de crescimento a outras pessoas. Este é um programa que abre oportunidades também para quem está na linha de frente”, ressalta.
Ascom SEE