Assunto de grande relevância e que abrange diversas opiniões, o Bolsa Família traz em seu bojo, a simpatia de uns e a indignação de outros; é normal ouvirmos que o BF – programa federal de distribuição de renda criado no governo de Luis Inácio Lula da Silva, unificando e melhorando alguns programas do governo FHC – é uma esmola que as famílias de baixa renda recebem e, segundo os críticos de plantão – tornam-se viciadas fazendo com quê a busca por um emprego se torne algo sem importância. Claro que essa opinião é baseada em achismo, não existe estudo que diga que os beneficiários do programa não busquem a inserção no mercado de trabalho e muito menos que o dinheiro recebido serve para a ingestão de bebida alcoólica. Segundo estudos, o dinheiro do benefício em sua totalidade é gasto em gêneros alimentícios, estimulando a economia e os indicadores sociais.
Vale salientar que – ainda de acordo com os estudos – cada real investido corresponde a 1,6 real em circulação da economia e que em Alagoas, citando como exemplo, são mais de 400 mil famílias que recebem em torno de 80 milhões mensais.
Para se ter acesso ao programa, é necessário que a renda mensal das famílias seja de até 178 reais por membro, para receber entre 39 reais a 372 reais dependendo do número de filhos; assumindo também alguns compromissos como: na área da educação crianças e adolescentes devem estar matriculadas com presença registrada; na saúde é manter a vacinação em dia, já as gestantes devem fazer o pré natal.
Até aí tudo bem! Muita gente conhece os números e a importância do programa para as famílias mais carentes. Onde eu quero me reportar, é com relação às criticas de alguns experts que teimam em criminalizar o BF. Eu gostaria de fazer um comparativo com o auxilio moradia recebido por mais de 12 mil juízes, desembargadores e ministros de tribunais superiores que recebem mensalmente mais de 4300 reais como ajuda de custo para aluguel, não interessando se reside, ou não em seu domicílio. No entanto, o auxílio moradia não vem só, ele traz em sua companhia, os auxílios alimentação e saúde, e outros penduricalhos, e o que é pior, não são tributáveis por serem de caráter indenizatório, deixando o país de arrecadar cerca de 360 milhões por ano.
O que me surpreende é a posição dos “experts” que canalizam suas críticas para o BF, no entanto emudecem quando o assunto é auxilio moradia, ou outras benesses direcionadas aos homens e mulheres de toga.
Talvez por se encontrarem afogados no medo, ou cobertos pelo manto protetor da covardia calem-se emitindo opiniões apenas contra os menos favorecidos. Particularmente não sei qual o maior, o medo do peso da mão do judiciário, ou o medo de assumir que está errado.