Carla Zambelli antecipou ações da PF contra governadores

A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) afirmou, durante em entrevista à Rádio Gaúcha na segunda-feira (25), que a Polícia Federal (PF) deflagaria nos próximos meses operações contra governadores.

A declaração foi feita na véspera da Operação Placebo, que cumpre mandados de prisão em São Paulo e no Rio de Janeiro, incluindo na residência oficial do governador fluminense, Wilson Witzel, na casa onde ele morava antes de ser eleito e no escritório da esposa, Helena.

“A gente já teve algumas operações da Polícia Federal que estavam ali, na agulha para sair, mas não saiam. A gente deve ter, nos próximos meses, o que vamos chamar de ‘Covidão’ ou de… não sei qual vai ser o nome que eles vão dar, mas já tem alguns governadores sendo investigados pela Polícia Federal”, disse a parlamentar na entrevista.

Zambelli também afirmo que a polícia do Rio de Janeiro poderia plantar provas contra os filhos do presidente Jair Bolsonaro para favorecer o governador Witzel.

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“Existe algo dentro da Polícia Civil do Rio de Janeiro, a mando do Witzel, para incriminar o vereador Carlos Bolsonaro”, acusou Zambelli. Ela não disse, no entanto, do que se trataria esse esquema ou que provas teria para corroborar essa acusação.

Para ela, a explicação se dá, no entanto, no fato de que o governador do Rio teria o objetivo de ser presidente da República.

“Eu vou dizer uma coisa para vocês em primeira mão, que outros veículos não deixaram eu dizer: o Witzel tomou posse, na segunda semana que ele era governador do Rio de Janeiro ele fez uma reunião com várias pessoas abaixo dele e um deles não está mais no governo e me contou isso. Na segunda semana, estou falando de janeiro de 2019, ele disse: ‘eu serei o próximo presidente da República’. O Witzel tem clara intenção de ser o presidente da República”, afirmou.

Menção a Moro

Na mesma entrevista, Zambelli acusou Sergio Moro, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, de fazer “investigações seletivas”.

“Ele tinha predileção em investigar e condenar o PT, legitimamente (…) Se falava (dentro da Polícia Federal) sobre a falta de suporte operacional para que a investigação corresse mais solta. Hoje, eu olho para trás e verifico que essa falta de suporte operacional pode estar ligada ao fato de que o Sergio Moro tinha uma investigação seletiva”, disse.

Nova direção na PF do Rio

Em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) publicada na noite desta segunda-feira (25), o delegado Tácio Muzzi Carvalho e Carneiro foi oficializado como novo superintendente regional de Polícia Federal no Rio de Janeiro. A indicação de Muzzi já era esperada.

A condução de Muzzi ao cargo foi assinada pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça, Tercio Issami Tokano, que referendou diversas outras nomeações na mesma edição do Diário Oficial, incluindo mudanças na chefia da PF em outros estados.

A direção da Polícia Federal no Rio de Janeiro está no centro das divergências entre Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que acusou o presidente de tentar interferir na corporação.

Fonte: CNN Brasil