Por João Arthur Sampaio com TV Pajuçara e Rádio Pajuçara FM
O policial militar do Distrito Federal, identificado como Adriano Damásio Lopes, de 44 anos, morreu na manhã desta quinta-feira (16) em um incêndio em um hotel no bairro da Pajuçara, parte baixa de Maceió. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, ele ajudou no socorro dos outros hóspedes e foi socorrido ainda com vida ao HGE (Hospital Geral do Estado), mas não resistiu.
Hospedado no quarto 613, Adriano, ao perceber o fogo, cujo foco era no andar em que ele estava, mandou a família descer e ficou no andar. Ele teria quebrado janelas na tentativa de fazer com o que o ar circulasse, mas, como estava sem equipamento de proteção individual (EPI), desmaiou por ter inalado muita fumaça. Ele foi encontrado deste jeito pelos bombeiros, que acionaram o médico do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Adriano veio à Maceió para passar uma semana de férias com a esposa, Estefanie Fernandes, a filha e a sogra, Eliene. A mulher dele, que é brigadista, ou seja, treinada para prevenir, combater e controlar incêndios, chegou a usar toalhas molhadas para ajudar a família a sair. “A gente saiu devagar, mas ele soltou e seguiu reto. Voltou para o quarto. Eu voltei lá cinco vezes, mas só ia para o lado onde achava que ele tinha ido. Retornei para salvar duas famílias”, relatou Estefanie.
A entrevista dela ao repórter Williamis Tavares, da TV Pajuçara, foi gravada antes da confirmação da morte do marido. Ao fundo nas imagens do Balanço Geral desta quinta, aparece Eliene, inalando oxigênio dentro de uma ambulância. “Ela está bem, apenas nervosa e preocupada com a situação dele [Adriano]. Ele teve uma parada cardiorrespiratória, então a situação está complicada. É a segunda vez que a gente vem para Maceió. Estava tudo pronto para irmos embora”, disse Estefanie.
O dia antes da tragédia
Em entrevista à Rádio Pajuçara FM, a sogra contou que eles chegaram na quinta-feira passada e iriam pegar a estrada para Brasília, porque vieram de carro. “O nosso último dia [ontem] foi maravilhoso, fizemos alguns passeios e fechamos a viagem com chave de ouro”, relembrou Eliene.
Ela contou que a família jantou em um local próximo ao hotel, porque a intenção era dormir cedo, uma vez que teriam que acordar nas primeiras horas da manhã de hoje para irem embora. “Coloquei o despertador no celular e fomos dormir. Estávamos os quatro no mesmo quarto”.
Cheiro de fumaça
Eliene, que disse ter sono leve, acordou sentindo cheiro de fumaça. “Pensei que era o celular, avisei ao Adriano e ele mandou tirar da tomada. Mas não passou. Quando abriu a porta, a fumaça entrou no quarto. Foi terrível. Nunca passei por uma situação dessas”.
Em imagens enviadas ao TNH1, é possível ver as marcas das chamas no corredor do andar que o incêndio teve início, o sexto. Além disso, um bombeiro narra que a mulher teria encontrado a saída pelas escadas, enquanto o policial passou direto e entrou em outro quarto.
Fonte: TNH1