Por TNH1 com TV Pajuçara
A morte da menina Ana Cecília dos Santos Silva, de apenas 9 anos de idade, chocou a população de Branquinha, cidade da Zona da Mata de Alagoas. A criança estava desaparecida desde a última terça-feira, 21, e teve o corpo encontrado com sinais de violência na tarde desse domingo, 26.
Em entrevista à TV Pajuçara, Maria Aparecida dos Santos, avó da menina, deu uma forte e emocionante declaração sobre o crime.
“Só peço que, quem fez isso com minha neta, pague por isso. Isso não pode ficar impune, gente. Uma criança de nove anos! A gente não tem problema com ninguém, não tem problema com tráfico, não tem problema com ninguém, não tinha inimizade com ninguém. Não tem problema de dívida, ela era uma pessoa amada. Todo mundo conhece a gente aqui dentro de Branquinha. Sou mãe de sete filhos e avó de 19 netos. Estamos arrasados e destruídos. Essa pessoa acabou com a minha família”.
Dona Maria Aparecida foi a última pessoa da família a ver Ana Cecília com vida na tarde daquela terça-feira.
“Trabalho na cooperativa de Branquinha. Peguei pela rua principal, fiz o retorno, saí na segunda rua. Nisso que eu saio lá, ela estava na esquina. A minha outra filha, que trabalha com a gente e outra amiga, disse: ‘Olha quem está ali’. Eu disse: ‘Cecília, o que você está fazendo aqui? Vá para casa. Você não é de andar por essas bandas’. A gente ficou brincando com ela e conversando. Eu entrei para pegar a terceira rua para fazer o trabalho normal, como faço no dia a dia, achando que ela iria para casa. Nas câmeras, registrou que ela fez que veio e retornou para trás, aí a câmera não pegou mais. Foi a última vez que vi minha neta”.
Uma câmera de segurança registrou o exato momento em que a avó encontra a menina. Ana Cecília termina pegando o caminho oposto ao de casa.
“A minha mãe estava trabalhando na coleta e viu ela chegando na esquina. Ela disse: ‘Cecília, vá para casa, que você não é de andar por aqui. Sua mãe não está sabendo’. Minha mãe achava que ela iria embora, ela chegou até a andar um pouquinho como quem vinha para casa. Só que no exato momento, minha mãe confiou que ela voltaria para casa. Quando minha mãe cobriu pela outra rua para trabalhar, ela seguiu na mesma rua que minha mãe saiu novamente. Ela tinha o costume de mexer com o cabelinho e olhando para trás para ver se a avó via. As câmeras só pegaram nesse momento que ela passou direto, mexendo no cabelo e olhando para trás, para ver se alguém via ela indo”, disse Juliana Santos, mãe de Ana Cecília.
Ela contou que tinha o costume de fazer a filha dormir após o almoço, mas que naquele dia a menina pediu para ir brincar com os familiares.
“Ela disse: ‘Não, mãe. Vou pra casa da vovó, vou brincar com meus irmãos e meus primos’. Eu respondi: ‘Tá certo. Fique lá, que a mamãe vai cuidar das coisas’. Ela veio, foi pra academia brincar com os meninos. Da academia, veio para cá brincar com os meninos também. Ela chegou até a chamar a prima dela menor, para sair junto com ela. Só que a minha irmã disse que não era pra ela ir. Ainda disse: ‘Cecília, fique dentro de casa, não vá, não, tia’. Ela disse: ‘Tá bom, tia, eu vou sozinha’. Nesse exato momento ela desapareceu. Ela foi por trás desse colégio, dessa rua e não voltou mais. (Ela costumava andar por aquele lado?) Não, ela nunca chegou a ir nessa rua que desapareceu. Foi a primeira vez que ela sumiu”.
Além da delegacia regional, a Polícia Civil destacou o setor de inteligência da corporação para agilizar na investigação e pede o apoio da população por meio do Disque Denúncia (181) para identificar o autor da morte.
Fonte: TNH1