Depois de vistoriar diversos pontos do sistema de captação e distribuição de água do município de Piaçabuçu, agentes da Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (FPI do São Francisco) constataram que os munícipes não vêm recebendo o produto devidamente tratado. A preocupação é com a saúde da população, que acaba consumindo água contaminada e fica exposta a doenças de veiculação hídrica.
A fiscalização encontrou as inconformidades nos sistemas dos povoados de Potengy e Penedinho, que captam água direto do Rio São Francisco e distribuem para os moradores das localidades sem as etapas de filtração ou desinfecção. Além disso, as áreas de captação e reservação não possuem nenhum tipo de proteção, o que é previsto na legislação.
A FPI também verificou que a prefeitura de Piaçabuçu não mantém técnicos habilitados para realizar o monitoramento da qualidade da água captada pelos sistemas.
“As situações encontradas descumprem diretamente a legislação vigente, que diz que qualquer água para consumo humano não pode ser ofertada sem tratamento. O abastecimento destes dois povoados é de responsabilidade da prefeitura, que não cumpre nenhumas das normas técnicas estabelecidas para este tipo de serviço. Ou seja, é uma situação irregular, precisando ser contornada com urgência”, disse Elisabethe Rocha, que coordenou os trabalhos de inspeção dos sistemas.
Ela ainda revelou que devido à intrusão salina na região, a água distribuída no povoado de Potengy, além de não receber o tratamento adequado, está bastante salgada.
“Diante do encontrado, vamos notificar a prefeitura de Piaçabuçu pela ausência do tratamento, por não fazer a proteção das áreas de captação e reservação. A gestão deverá buscar alternativas para o problema da oferta de água salina para o consumo da população no povoado de Potengy e contratar um técnico para se responsabilizar pelo sistema”, disse.
Zona Urbana
Com relação à água ofertada à população da zona urbana de Piaçabuçu, a população também está sofrendo com a salinidade da água ofertada.
“Na zona urbana, o tratamento e distribuição de água é de responsabilidade da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal). Nessa área o processo de intrusão salina já é conhecido. A companhia conseguiu, junto ao governo do estadual, recursos para relocar o ponto de captação a fim de fugir da área com influência da salinidade no rio. Esse processo está sendo acompanhado”, afirmou.
Assessoria FPI