Flexibilização da posse de armas pode ser um tiro no pé

Uma das promessas de campanha do atual presidente, era a flexibilização das regras para a posse de arma em casa ou no escritório.

Com essa medida, boa parte da sociedade civil organizada vibrou com a possibilidade de – enfim – poder empunhar uma arma de fogo e chamar de sua, no entanto, o pobre e sofrido trabalhador brasileiro não chegará nem perto de poder guardar um aparato desse tipo em sua humilde residência. É que os preços de mercado são altíssimos e a maioria da população não dispõe de tais recursos. Então isso quer dizer que a medida do presidente serve apenas para aquela fatia da sociedade que dispõe de recursos.

Aquela margem que não dispõe de tais proventos servirá apenas – essa é minha humilde opinião – como alvo para possíveis disputas, ou seja, a partir do momento que aquele cidadão dispõe de um “pau de fogo” logicamente terá que ter um preparo psicológico muito grande para que no primeiro atrito, não saque, ou mesmo vá buscar em sua residência, sua arma. Esse atrito pode ser gerado em uma discussão de trânsito, uma briga entre vizinhos,ou até mesmo uma confusão em uma bebedeira de fim de semana.

Com essa medida que atende os interesses de uma parte abastada – e violenta – da sociedade, o confuso presidente assina um documento de incompetência no combate à violência, deixando o “cada um por si, e Deus por todos” como lema.

É importante lembrar que essa prerrogativa de combate à violência cabe ao estado. Armar o cidadão abastado significa passar para ele a incumbência de se defender. No entanto essa defesa pode ser um ataque fatal tendo como combustível a ira, a discórdia ou até mesmo o alto grau etílico.

Como cidadão não esperaria outra ação de uma pessoa que em campanha prometeu metralhar partidários contrários, armar a população, e como parlamentar nunca realizou ação em prol da segurança pública em seu estado.