Nesta sexta feira, 19 de julho, Bolsonaro e sua gangue comemoram 200 dias de governo, mas nós brasileiros temos o que comemorar?
Para começar a conversa, parece que o presidente ainda não tomou ciência que assumiu o cargo e, para os brasileiros, ainda vive o período eleitoral enraizado os pés em um palanque pautando suas ações em um combate ao “viés ideológico de esquerda’.
O governo se agarra em uma reforma da previdência que é uma herança do governo Temer, apenas com alguns ajustes com a precípua intenção de que a bomba estoure nas costas dos mais fracos. Isso é notório e explicitado em pesquisas de opinião pública.
Diante das promessas de campanha e metas previstas para o “desenvolvimento” do país, o governo chega aos 200 dias com menos de 25% das metas cumpridas, apesar de prometer chegar aos 100 dias de governo com 90% dessas metas realizadas, no entanto, o ex capitão escorrega na incompetência, na irresponsabilidade e na falta de vontade em sanar as mazelas que teimam em fazer parte do cotidiano dos menos favorecidos economicamente – alvo dos descuidos de Bolsonaro.
Com relação às medidas anunciadas e não cumpridas, ações simples não foram colocadas no papel, deixando sempre a população desassistida, vide como exemplo, a cobertura vacinal que a bem pouco tempo atrás funcionava a contento e o programa Ciência na Escola que eram promessas para antes dos 100 dias de governo.
Talvez o governo comemore algumas ações no período, o decreto de facilitação da posse e porte de armas (essa ainda em discussão), retomar o Brasão da República no passaporte brasileiro, a criação de um selo para a circulação de produtos artesanais, como queijo, e defender a indicação de seu filho, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para o cargo de embaixador dos Estados Unidos, ou seja, ações simples que não trazem benefícios nenhum à vida do brasileiro, a não ser aqueles que dispõem de recursos para aquisição de uma arma ou obter passaporte para ir à Disney.
Ao completar 200 dias de governo, Bolsonaro já coleciona um vasto inventário de trapalhadas, erros graves e prejuízos para o país. Sem projetos, o governo apoia-se “em um viés fortemente autoritário, investe contra a soberania e constrange o Brasil. Em cima dessas ações atrapalhadas, enumeramos algumas: desmonte do programa Mais Médicos, aumento da taxa de desemprego, extinção do Ministério do Trabalho, caos na Educação, liberação indiscriminada de agrotóxicos, decorrentes delírios na política externa e o “entreguismo” encabeçado pela intenção de “dar de mão beijada” a estratégica Base de Alcântara, desvalorização do salário mínimo, cortes em pastas como a Cultura, o Esporte, Cidades e Integração Racial; falta de respeito com os profissionais de imprensa e desrespeito para com o Meio Ambiente, a Amazonas que o diga.
Sem contar que nos primeiros 200 dias, o governo coleciona graves escândalos, como: movimentação de bilhões na máquina de fake News que definiu o resultado eleitoral, a imersão de evidências que o atentado contra o então candidato Bolsonaro não passou de armação, supostas ligações da família Bolsonaro com as milícias do Rio de Janeiro, e o laranjal de candidaturas de fachada usado na manipulação de recursos do fundo partidário que custou a demissão do ministro Bebiano (PSL). Sem falar do vazamento de mensagens pelos site The Intercept Brasil que mostra a podridão de parte do judiciário, através do ministro e ex super heroi Sérgio Moro contra o ex presidente Lula.
Bolsonaro foi o único presidente eleito que rompe tradição ao ignorar desigualdade do país, sendo o primeiro presidente a assumir o cargo sem incluir entre suas prioridades o combate à pobreza e à iniquidade social .
o presidente (sic) comemora os 200 dias com a queda de investimentos para os menores patamares dos últimos 52 anos no país, mas o que importa é retirar os “pardais”, armar a classe alta e nomear o despreparado filho como embaixador do país nos Estados Unidos.
Para um governo que patina nos piores índices para um presidente, não acredito que os seguidores da seita bolsonarista (jovens marombados e acéfalos e a elite sugadora que compõe a extrema direita) tenham muito o que comemorar, mas o que interessa é o “faz de conta” e jogar a culpa no PT; o resto não importa.