Nascido em Teotônio Vilela, em Alagoas, Rogerinho tira o sustento das ruas da capital paulista com a reciclagem, enxergando letra e melodia por onde quer que ande.
Um carroceiro que enxerga letra e melodia por onde quer que ande ganhou a chance de ser ouvido por um ídolo. Nascido em Teotônio Vilela, em Alagoas, Rogerinho tira o sustento das ruas da capital paulista – na contramão de uma sociedade acostumada a poluir.
O homem roda 25 quilômetros por dia puxando uma carroça, que chega a recolher meia tonelada de lixo. De seus 46 anos, 22 são dedicados à reciclagem.
“Se eu tirar todo lixo reciclado da rua — papelão, plástico, ferro velho, essas coisas —, se eu eu tirar todo ele da rua, o planeta vai agradecer! O meio ambiente vai agradecer”.
Mesmo carregando São Paulo nas costas, comumente o carroceiro é atropelado pela hostilidade e pelo preconceito. Mas Rogerinho prefere seguir em frente reciclando também o que enxerga do mundo.
“Como eu ando muito na rua, eu vou observando as coisas, vendo as coisas. Uma hora ou outra vem uma letra na cabeça! Aí eu já pego o que eu tenho na mão, um pedaço de papelão, papel. Eu já sento em um canto e começo a escrever”, conta.
O carroceiro anda pela rua cantarolando as músicas que cria. A filha Ruth Ellen acha que a voz do pai lembra a do cantor Zezé Di Camargo. Depois de visitar a casa do Rogerinho, o Fantástico resolveu voltar à rua do ferro-velho onde ele trabalha para uma surpresa:
Repórter: Você nunca pensou em formar uma dupla, Rogerinho?
Zezé Di Camargo: Serve esse parceiro aqui? Esse cara aqui serve?