Muitos jogadores são bons, outros são ótimos e uns poucos são geniais. Vinícius José Paixão de Oliveira Júnior, mais conhecido como Vinícius Júnior ou simplesmente Vini Jr., carioca de São Gonçalo e nascido em 12 de julho de 2000, é um ótimo jogador de futebol, uma aposta sem risco com momentos mágicos dentro de campo.
Vini Jr. é observado desde há muito tempo por vários clubes europeus, mas foi o Real Madrid o clube a comprar seu passe por quarenta e cinco milhões de euros junto ao Flamengo, a segunda maior transação do futebol brasileiro, atrás apenas da negociação de Neymar. Em junho de 2017, Vinícius apareceu na 39ª posição de uma lista do jornal inglês The Telegraph com os melhores jogadores Sub-21 do mundo. Detalhe, ele foi o único sul-americano listado.
Vinícius sempre foi tratado como uma pedra preciosa, suas atuações, ainda base do Flamengo, despertaram desde sempre o interesse de muitos clubes brasileiros e europeus. O Corinthians foi um destes clubes que chegou a fazer propostas pelo craque. A imprensa esportiva também sempre o elogiou e as comparações com Neymar foram inevitáveis. Sua trajetória, no entanto, parece mais equilibrada. Explico, sua carreira é administrada pela agência Play9 que traçou todo um plano de crescimento profissional. Em paralelo, sua ida para o Real Madrid, também foi cercada de medidas estruturais que permitiram moldar o progresso do brasileiro, quer dizer, trata-se de uma carreira escalonada e mesmo sendo muito jovem é nítida esta ascensão paulatina. Afinal, meteoros passam num piscar de olhos.
O atacante tem características, de fato, semelhantes às de Neymar, a ousadia, o drible e a visão de jogo sempre chamaram atenção no seu estilo, capaz de jogar pelo lado do campo ou mais pelo centro, Vini Jr. é sempre incisivo. O próprio jogador afirmou sentir-se mais à vontade atuando na ponta esquerda e, frequentemente desmonta as defesas com os seus dribles, sendo quase imbatível no um contra um. No entanto, antes de subir ao profissional, Vinícius chegou a ser repreendido no Flamengo por abusar dos dribles em algumas partidas, por se atrapalhar todo e esquecer da bola. O ex-jogador Tostão, tricampeão do mundo em 1970, também já emitiu opinião sobre o futebol de Vinícius: “Ele tem uma incrível habilidade e velocidade nas arrancadas iniciais e nos médios e longos espaços, mas continua, como era no Brasil, com deficiências na finalização, no passe decisivo e nas escolhas”. Ponderado como sempre, Tostão foi no alvo, futebol exige mais que talento, exige disciplina e condicionamento mental.
Vinícius Jr. jogando pelo Real, vem cada vez mais se destacando. Suas atuações são empolgantes. Na última temporada, 2021/22, o craque começou arrasador, marcando cinco gols nas cinco primeiras partidas da La Liga. Contra o Shakhtar Donetsk, pela terceira rodada da fase de grupos da Liga dos Campões da UEFA, o brasileiro teve atuação de gala, assinalou dois gols e deu a assistência para mais um, assinalado por outra joia brasileira, Rodrygo. No final da partida que terminou cinco a zero, Vini foi ovacionado. O segundo gol foi uma verdadeira obra de arte, o craque passou por quatro jogadores antes de concluir. Vinícius voltou a se destacar logo na partida seguinte contra o mesmo Shakhtar Donetsk, pela quarta rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões, foram duas assistências para os dois gols de Karim Benzema na vitória por 2 a 1, a primeira assistência entra para a história pois foi a assistência para o gol de número 1.000 do Real Madrid na Liga. Nas quartas de finais da Champions, frente ao Chelsea, Vinícius foi muito importante nos dois jogos – o Real Madrid ganhou o primeiro por três a um e perdeu o segundo por três a dois, levando a classificação no saldo de gols -, com duas assistências, ambas para Benzema, tornando-se o líder de assistências da competição.
Os exemplos citados, demonstram o quanto Vinícius Jr. é importante para o Real e o quanto sua trajetória vem numa ascendente. Dizer enfaticamente que ele será o futuro da seleção me parece presunçoso. Colocar tal peso nas costas de um jovem talentoso pode ser muito danoso para a sua trajetória. Preferível pensar no jogador como mais um componente de muita habilidade e capacidade técnica, capaz de desequilibrar individualmente, mas sem a pecha de “salvador” ou algo que assim o valha. Certamente, terá um futuro de glórias no clube em que atuou, como também se destacará bastante com a seleção brasileira. A Copa Do Qatar está logo ali; quem sabe seu primeiro título mundial seja o tão sonhado hexa?