José Aldo: Francis Ngannou deu ‘um tiro no pé’ ao trocar o UFC pelo boxe


José Aldo entra no círculo quadrado pela segunda vez no sábado para competir sob as regras do boxe contra Jeremy Stephens em uma luta de seis rounds no Gamebred Boxing 4 em Milwaukee, e ele acha que a recente saída do UFC, Francis Ngannou, lidou mal com sua situação.

Ngannou concluiu seu contrato com o UFC com uma vitória sobre Ciryl Gane e saiu como campeão do UFC para buscar melhores negócios como agente livre, vendo lutas de boxe contra nomes como Tyson Fury e Deontay Wilder, mas ainda não conseguiu um acordo.

“Com toda humildade, acho que Ngannou deu um tiro no próprio pé”, disse Aldo no episódio desta semana do Trocação Franca podcast. “Ele tinha tudo para fechar um grande contrato, o maior do peso pesado, mas essa vontade de ser campeão de boxe ou de lutar boxe… As pessoas veem o topo da pirâmide do boxe recebendo grandes quantias mas esquecem que a parte de baixo é paga assim pequeno. Acho que o UFC tem salários maiores que o boxe.

“Vejo Ngannou tropeçando em uma luta com Tyson Fury, um campeão, que os pesos pesados ​​miram, mas não chegam nem perto. É como dizer que quero jogar futebol porque eles recebem milhões, mas esquecem que apenas 5% recebem milhões, o resto fica bem abaixo disso. As pessoas dizem que o UFC não paga tão bem assim, mas paga. É por isso que é a maior organização. Você pode ganhar dinheiro como [big] boxeadores podem. conor [McGregor], Ronda Rousey. As pessoas dizem que mulher não ganha dinheiro e ela ganhou, certo?”

Aldo enfrenta Stephens no sábado
boxe criado

Aldo tinha o desejo de competir no boxe bem antes de McGregor ter a oportunidade de dividir a jaula com Floyd Mayweather em 2017, mas o UFC não deu sinal verde para isso. Aldo já bateu de frente com o UFC e ameaçou se aposentar ou pedir sua dispensa várias vezes também, mas sempre voltou a assinar com a empresa.

A estrela brasileira chegou a um acordo com o UFC em 2022, aposentando-se oficialmente do MMA após sua derrota para Merab Dvalishvili e recebendo autorização para lutar no boxe, apesar de ter uma luta restante em seu contrato com o UFC. Aldo venceu Emmanuel Zambrano na decisão em fevereiro passado no Brasil, e agora enfrenta o lutador da PFL Jeremy Stephens em um card pay-per-view que será transmitido ao vivo no UFC Fight Pass nos EUA e no Brasil.

Ngannou provavelmente não terá o UFC como “parceiro” se fechar um acordo para o boxe em 2023 ou 2024, e é por isso que Aldo não acha que será tão bem sucedido quanto a experiência de 2017 de McGregor e a dele.

“Ele está saindo do UFC e pode ter certeza que 50% de tudo o que ele é agora está fora do nome dele”, disse Aldo. “Ronda, para fazer seus filmes, ela tinha que estar no UFC. Ninguém fala sobre Ronda agora porque ninguém se lembra dela agora. O UFC se eleva ao lado do atleta. Você precisa estar lá. Você pode ter uma parceria como o Conor fez com [the UFC for] Mayweather e foi assim que ele ganhou milhões.”

Aldo admite que não conhece os detalhes das negociações de Ngannou com o UFC antes de optar por desistir, mas disse que os dois lados poderiam ter ajustado as expectativas para um futuro lucrativo juntos.

“Não sei quem está errado, se é Ngannou ou o UFC, então é difícil julgar”, disse Aldo. “Não estávamos participando [in the negotiations]então [I’m talking] com base no que ouvimos, mas eles poderiam ter sido mais flexíveis. Ngannou cedeu, mas disse: ‘Tenho capacidade total para ir lá e enfrentar qualquer campeão de boxe e representar a marca do UFC’. É tudo sobre a negociação. Tive a oportunidade de sentar com eles e negociar isso e não rolou na época, fiquei no UFC e cheguei a um ponto onde estou hoje. Espero que ele possa continuar fazendo o que ele faz de melhor, que é lutar MMA”.

Ngannou detém um recorde incrível de MMA de 17 vitórias e três derrotas com vitórias por nocaute contra pesos pesados ​​do MMA de alto nível, como Stipe Miocic, Junior dos Santos, Cain Velasquez, Curtis Blaydes, Jairzinho Rozenstruik e Alistair Overeem. No entanto, Aldo questiona se esse poder se traduzirá bem no boxe.

“Vejo vários atletas imaginando que podem ir para o boxe e não têm nem um boxe bom”, disse Aldo. “O Ngannou tem a mão pesada, mas se você olhar o soco dele, não é um boxeador clássico que faz você pensar que ele vai entrar lá e dar um soco como faz no UFC e nocautear alguém. É um esporte completamente diferente, é uma luta completamente diferente. Esses caras estão acostumados com isso.”



Fonte: mma fighting