Descubra o Futuro com o Casarão Brasil: Calendário Trans 2025 Celebra Diversidade e Inclusão!

Iniciativa homenageia a comunidade que tem ligação com a entidade – Foto: Divulgação

A Associação LGBTQIA Casarão Brasil, localizada em São Paulo, apresentou nesta quarta-feira (29), Dia Nacional da Visibilidade Trans, a edição atual de seu calendário, que presta homenagem a pessoas trans que mantêm algum vínculo com a organização. Desde 2021, o calendário tem sido uma maneira de, mesmo de forma simples, fazer com que indivíduos de fora da comunidade trans e travesti entendam que se trata de um grupo diversificado, o que ajuda a reduzir estereótipos.Descubra o Futuro com o Casarão Brasil: Calendário Trans 2025 Celebra Diversidade e Inclusão!

O projeto recebeu o apoio da Gilead Sciences do Brasil, que também colabora com outras iniciativas do Casarão Brasil. A associação está em atividade há 16 anos e criou um sistema bem estruturado de atendimento, que inclui serviços de moradia, educação, emprego, saúde e suporte psicossocial. Em média, são realizados 1,3 mil atendimentos por mês.

Patrycia Pellegrini, de 52 anos, é a figura que representa o mês de novembro no calendário. A paulistana passou por uma experiência que trouxe uma surpresa positiva, transformando sua rotina e sua autoconfiança.

Por um tempo, ela enfrentou dificuldades para conseguir emprego e, como muitas mulheres trans e travestis, tentou a vida no exterior. Retornou ao Brasil após se sentir agredida por propostas que aumentariam seus riscos, como trabalhar na indústria do sexo, e, ao voltar, conseguiu um emprego no Casarão, que já havia sido um local de refúgio para ela. A equipe da entidade identificou que Patrycia tinha o perfil adequado para uma das funções e a contratou.

Hoje, ela tem uma família formada e vive com mais tranquilidade, sabendo que possui autonomia financeira e qualidades valorizadas. Seu próximo objetivo, após concluir o ensino médio recentemente, é cursar serviço social.

“A vida da gente, a gente quer que seja a melhor. Ter um espaço, uma moradia decente, dignidade para seguir em frente”, ressalta Patrycia.

Como muitas trans e travestis, ela viu inúmeras amigas se tornarem vítimas de violência, inclusive letal. Apesar de suas conquistas e de ser respeitada no ambiente profissional, a transfobia ainda persiste em sua família. Parentes espíritas kardecistas ainda a chamam pelo nome morto, ou seja, o nome de batismo e do gênero masculino, o que a incomoda.

Patrycia fez sua transição aos 18 anos, e lamenta que, mesmo após todo esse tempo, seus familiares não tenham assimilado isso. Para ela, isso representa um ato contínuo de desrespeito.

Em relação às pessoas beneficiadas pelos serviços da entidade, Patrycia reconhece que teve sorte e busca incentivá-las a perseguir seus objetivos, assim como ela fez. “Desejo que elas tenham a oportunidade de mudar, de seguir em frente”, diz.

“Eu nunca tive registro em carteira, e hoje, aos 52 anos, tenho. Por que elas não podem conseguir? Elas vão conseguir!”

Agência Brasil