Justiça Eleitoral decide cassar vice-prefeito apoiado por Lula em Hortolândia: Um revés político em foco

 

Léo do LM teria pressionado Fabíola a desistir da disputa para evitar divisão de votos, segundo MPE. A renúncia dela também afetaria outros dois candidatos do Solidariedade, já que o partido não atingiria a cota de gênero.

MPE relata que Léo do LM sugeriu encontro entre Fabíola e Cafu após ela decidir permanecer na corrida eleitoral. O encontro, gravado por Fabíola, ocorreu em 5 de setembro na sede da coligação. O áudio de 30 minutos, ao qual o UOL teve acesso, é contestado pelos acusados como ilegal.

Alinhado a Lula, o atual vice-prefeito ocupou o cargo de secretário de governo de 2017 a junho de 2024. Ele deixou o posto para concorrer à prefeitura contra Zezé Gomes (Republicanos). Cafu Cesar, ex-dirigente do PT, é visto pela classe política como o “verdadeiro prefeito” da cidade, localizada na região metropolitana de Campinas.

Cafu foi fundamental na articulação de verbas milionárias para Hortolândia junto ao governo Lula. A cidade está entre as seis administradas pelo PT ou aliados que receberam R$ 1,4 bilhão de cinco ministérios, conforme revelado pelo UOL. Em 2023, Cafu negociou R$ 50 milhões do Ministério da Saúde com Marco Aurélio Santana Ribeiro, chefe de gabinete, conhecido como Marcola.

 

Juiz destacou a relação próxima com a Presidência na sentença. “Os candidatos mantêm laços políticos estreitos com a atual gestão da Presidência da República (‘a força que temos lá em cima’)”, afirmou o magistrado.

 

A gravação é apenas uma das evidências que comprovam a conduta ilícita dos candidatos, que pressionaram Fabíola a desistir de sua candidatura por meio de suborno, coerção e até corte de energia de seu trailer. Essas ações devem ser analisadas sob a perspectiva de gênero, evidenciando a violência contra a mulher.
Luiz Mario Mori Domingues, juiz eleitoral