quando sangramento pode indicar aborto espontâneo?


A influenciadora Maíra Cardi, 41, revelou em suas redes sociais na quinta-feira (2) que perdeu o bebê que esperava com o coach de finanças Thiago Nigro, 34.

Maíra disse, ainda, que provavelmente o coração do neném parou de bater no dia 31 de dezembro, mas os médicos não conseguiram descobrir o motivo do aborto espontâneo na terceira gravidez da influenciadora.

O que causa um aborto espontâneo?

De acordo com a Cleveland Clinic, centro médico acadêmico americano de referência, cerca de metade dos casos de aborto espontâneo são causados por anormalidades cromossômicas no primeiro trimestre. Os cromossomos são responsáveis por carregar os genes de uma pessoa.

Além disso, outras causas podem levar a um aborto espontâneo, como infecções (por vírus, bactérias ou protozoários), desequilíbrios hormonais, implantação inadequada do óvulo fertilizado no revestimento do útero, anormalidades uterinas, tabagismo, consumo de álcool, distúrbios no sistema imunológico, trombofilias, doenças endócrinas (como diabetes e alterações de tireoide descompensadas), e uso de drogas e medicamentos que causam alterações no desenvolvimento embrionário.

A idade também é um fator de risco para o aborto espontâneo: quanto mais avançada for a idade da gestante, maior a chance de perda.

Segundo a Cleveland Clinic, entre 10% e 20% de todas as gestações conhecidas terminam em aborto espontâneo. A maioria (80%) acontece nos primeiros três meses da gravidez e menos de 5% acontece após 20 semanas de gestação.

Sangramento na gestação é sempre um sinal de aborto espontâneo?

Os sintomas de um abordo espontâneo podem variar para cada gestante, mas, geralmente, incluem sangramento vaginal, que pode ser uma mancha de sangue vermelho-vivo ou escuro, ou um sangramento mais abundante, de acordo com o Manual MSD. Em alguns casos, pode haver, também, dor abdominal e cólicas semelhantes às do período menstrual.

Porém, é importante ressaltar que nem sempre um sangramento é sinal de aborto. “Os sangramentos do início da gestação podem acontecer em cerca de até 25% dos casos. Muitas vezes, o sangramento não tem um impacto na gravidez, e por outras vezes indica uma perda. Sangramentos de maior volume, acompanhados de dor, podem indicar maior risco de perda gestacional”, explica Helga Marquesini, ginecologista do Hospital Sírio-Libanês em São Paulo, à CNN.

A especialista ressalta que é fundamental sempre passar por avaliação médica ao notar um sangramento durante a gestação, para entender como está a evolução da gravidez e indicar a melhor estratégia a ser seguida.

“Quando há sangramento, para as mulheres com tipo sanguíneo negativo, havendo risco de feto Rh positivo, será feita a administração de imunoglobulina anti-Rh”, cita, por exemplo.

Além disso, de acordo com Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Casa de São Paulo e membro da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), apesar de os sangramentos serem comuns no primeiro trimestre, eles são sempre um sinal de alerta. “Mesmo sangramentos em pequenas quantidades, do tipo de ‘escape’, já são indicativos para procurar atendimento médico de urgência”, afirma.

Progesterona pode prevenir perda gestacional?

Em seu relato, Maíra conta que estava progesterona para evitar o descolamento de placenta e parar o sangramento, mas o medicamento não foi o suficiente para evitar o incidente.

De acordo com Marquesini, o uso de progesterona nas fases iniciais da gravidez pode prevenir perdas gestacionais em mulheres com histórico de abortamento de repetição e em casos de insuficiência lútea (quando o corpo lúteo não consegue manter a produção de progesterona adequada).

“Para outros casos, a depender da avaliação medica, seu uso pode ser feito de maneira empírica, já que não há contraindicação”, reitera.

Além disso, Moraes acrescenta: “A questão é que os sangramentos que ocorrem no primeiro trimestre da gravidez não são exclusivamente devidos à insuficiência de corpo lúteo. Então, na dúvida, a gente trata, mas o fato de usar progesterona não é uma garantia de que a evolução da gravidez ocorrerá bem”.



Fonte: TNH1