Apesar de projeto político, juiz Odilon pode deixar país se perder escolta armada da PF


    Figura conhecida por colecionar ameaças de morte após determinar a prisão de lideranças do tráfico no país, o juiz Odilon de Oliveira tem planos fixos de concorrer a um cargo político nas próximas eleições – ou ‘cai fora’ do Brasil. Tema de reportagem do jornal Folha de São Paulo e do documentário ‘Odilon, Réu de Si Mesmo’, o magistrado comenta sobre sua rotina e pretensões de vida.

    Juiz há mais de três décadas em Mato Grosso do Sul, o pernambucano celebra suas boas relações com políticos e a boa colocação em intensões de voto locais para ocupar cadeira no Senado e governo. Contudo, o juiz adianta medida drástica caso não consiga seguir este caminho e manter a segurança que hoje possui, que é ir embora para a Europa.

    À publicação, Odilon explicou que o principal motivo é prezar pela própria segurança. “Vou-me embora. Já cogitei Romênia porque tenho um genro lá. Não tenho condições de morar aqui sem proteção”, diz, relembrando a primeira ameaça de morte, recebida há 30 anos, quando alguém ligou para sua mulher, conta. “Pediram pra Maria Divino escolher a cor do caixão: roxo, branco, preto…”.

    Responsável por determinar a prisão de Fernandinho Beira-Mar e outros líderes do crime, sua morte tem recompensas que chegam a R$ 2,5 milhões, “cortesia” de organizações criminosas como PCC e Comando Vermelho. Na mesma reportagem, ele cita outras tentativas de execução ‘cinematográficas’.

    Para concorrer no próximo pleito, em 2018, magistrados devem pedir exoneração do cargo até abril, seis meses antes da eleição. Assim que deixar de ser juiz, Oliveira perderá direito à escolta da Polícia Federal que o acompanha há 19 anos – de oito a dez homens que se revezam para salvaguardá-lo aonde quer que ele vá. Foi justamente a possibilidade de perder a escolta que fez Odilon desistir da aposentadoria antes, em 2014.

    Desde já, Oliveira vem conversando com partidos, “e o apontamento que eles me têm feito é para o Executivo estadual”, afirmou à Folha. Uma das conversas foi com o ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à Presidência.

    O juiz explicou que sua restrição de sair às ruas, por conta do forte esquema de segurança devido a ameaças de morte, não o impediria de fazer política com o grande público. Ele citou diversas palestras sobre segurança pública que profere Brasil a fora, e por meio de convênios com o poder público, chegou principalmente às periferias e às escolas públicas.

    ”Sou pernambucano de origem humilde, fui alfabetizado na roça e saí de lá aos 17 anos para estudar. Não tenho dificuldade nenhuma em abraçar o povo, em cheirar o povo”, relembrou.  


    Fonte: Topmidianews.com.br