Que lição devemos tirar das atuais pesquisas eleitorais?

Ilustração

Nesta semana, um fato que vem chamando as atenções é, sem sombra de dúvida, o resultado das várias pesquisas eleitorais mostrando os números da corrida presidencial, que, apesar de todos os institutos “baterem” com seus resultados, alguns “experts” teimam em duvidar. Pura asneira!

A pesquisa Ibope do dia 20 de agosto, portanto da última segunda feira, traz Luis Inácio disparado na frente com 37% dos votos, enquanto que o segundo colocado fica nos distantes 18%, e os que dizem votar em brancos ou não responderam somam 22%.

o que o Ibope nos trouxe em seus números? Que mesmo tendo sua liberdade privada, o candidato do PT lidera com folga, tendo uma margem regular de votos brancos ou indecisos. Para que Bolsonaro (segundo colocado) provocasse uma virada nos números e terminasse o primeiro turno na frente, teria que alavancar todos esses votos em seu favor, mesmo assim – dependendo do método utilizado na pesquisa – teríamos um empate técnico. Só que tem um porém! É impossível reverter toda essa margem de voto em seu benefício.

Outro fator importante é que Lula ganha em todos os cenários. Caso raro de acontecer. Então vejamos: ganha nos campos masculino e feminino. Nas faixas etárias de 16 a 24 anos, 25 a 34 anos, 35 a 44 anos, 45 a 54 anos, e acima dos 55. Além de ganhar em praticamente todos os níveis de escolaridade; abocanha quase todas as faixas de renda (perde apenas na classe mais abastada). E quando o assunto é disputa por regiões, ganha em todas elas, apertando um pouco apenas nas regiões norte e centro – oeste. Sem contar que larga bem na frente quando o assunto é tipo de religião, raça, etc.

Já o Datafolha em sua pesquisa do dia 22 de agosto (ontem!), Lula segue na dianteira com os números praticamente iguais ao do Ibope. No entanto, a coisa muda de figura quando o nome do ex presidente é retirado e em seu lugar entra o nome do ex prefeito de São Paulo Fernando Haddad. Aí quem assume a primeira posição – timidamente – é Jair Bolsonaro, porém duas coisas me chamam a atenção. A primeira é o alto grau de de rejeição de candidato Bolsonaro – mesmo sem nunca ter administrado nada – atrelado ao pouco tempo de inserção no programa eleitoral (apesar das redes sociais), mais ainda o peso de suas declarações, fatores que o deixam distantes de subir a rampa do palácio do Planalto. Sem contar que com um cenário sem Lula, o número de brancos e que não responderam supera o de Bolsonaro na primeira colocação.

Outro é que, mesmo estando nas últimas posições, Fernando Haddad ainda não tem seu nome atrelado ao cargo, muito menos a imagem de Lula atrelada à sua. Pode ter certeza que juntando essas duas “peças” o candidato petista deverá subir nas pesquisas, só não arrisco dizer que isso lhe dará uma vitória, mas também não arriscaria dizer que ele é carta fora do baralho.

No entanto, o que tento é fazer uma leitura dos números e da condição de presidiário de Lula e sua posição de candidato. Diante de tantas ataques e estripulias de parte da imprensa e do judiciário em tentar fazer do ex presidente um bandido degenerado, parece que o povo brasileiro não ingeriu essa condição e “teima” em dar uma resposta retumbante.

Outro fato também foi a pesquisa Datafolha de hoje – 23 – que mostra os números da preferência do eleitorado aos partidos políticos. O Partido dos Trabalhadores alvo de toda a perseguição do judiciário e parte da imprensa, vem na dianteira com 24% da preferência, seguido de longe pelo MDB com 4%, PSDB 4%, dentre outros.

Mais uma vez faço uma reflexão do assunto. Como que um partido político, destroçado por mais de dois anos pela imprensa tendenciosa e justiça caolha consegue arrebatar tais números, obtendo uma disparada condição de favorito na opinião pública?

Chego a conclusão que, por mais que tente, invente, faça diferente, o judiciário brasileiro e a imprensa venal não conseguiram totalmente seus intentos, pois, apesar da prisão arbitrária de Lula, não conseguiram mudar a opinião das pessoas.