A sequência de quatro partidas sem vitórias da Seleção Brasileira colocou alguma pressão no trabalho de Tite. Os resultados mostraram, de forma evidente, alguns problemas que ele já enfrentou no passado. O Brasil marcou apenas quatro gols nestes últimos amistosos e sofre para se acertar na parte ofensiva. Gabriel Jesus, Richarlison e Roberto Firmino se revezam na função de camisa 9, porém falham na finalização das jogadas.
Durante a derrota por 1 a 0 para o Peru, em setembro, a Seleção tentou 13 chutes a gol e apenas três acertaram a meta do goleiro Gallese. Um índice que pode parecer baixo, mas que é normal na forma que Tite gosta de jogar. Por exemplo, na final da Copa América, quando a equipe derrotou o mesmo adversário por 3 a 1, os números foram iguais. A diferença é que os três chutes entraram e garantiram a vitória.
Essa é a forma que o atual comandante do Brasil gosta de atuar. É um time seguro defensivamente, não costuma ter muito mais posse de bola que o do adversário e é letal na finalização. Foi assim que Tite conquistou o título da Copa Libertadores de 2012 pelo Corinthians, último clube em que trabalhou antes de assumir a Seleção. Na campanha, a equipe paulista sofreu apenas quatro gols em 14 jogos e foi campeã invicta contra o tradicional Boca Juniors.
O problema é que essa forma de jogar exige muito da parte ofensiva do time. A tática de Tite precisa ser infalível no ataque, algo que não aconteceu nos amistosos. Foram três empates e uma derrota, além de apenas quatro gols marcados e cinco sofridos. Um sinal de desgaste dessa tática e que prejudica principalmente as atuações dos jogadores da frente. Gabriel Jesus, Richarlison e Roberto Firmino sofrem com a baixa produção do time.
Em busca de um camisa 9
Em alta no Liverpool, Firmino não atua como referência no ataque e mesmo assim é essencial para a equipe inglesa. O mesmo acontece com Jesus, que não é titular absoluto do Manchester City, mas é quase sempre elogiado por Pep Guardiola. Os palpites de futebol para as ligas mais importantes mostram que os dois brasileiros defendem as principais equipes do Campeonato Inglês e devem disputar o título. Isso já mostra a qualidade dos dois.
Já Richarlison é quem mais se aproxima do tradicional camisa 9, porém não é nem de perto uma referência. O antigo jogador do Fluminense costuma sair da área e usar a velocidade nos jogos, algo que na Seleção Brasileira não consegue fazer. Ou seja, Tite precisa quebrar a cabeça para encontrar um artilheiro. A opção pode ser Gabriel Barbosa, o Gabigol, que tem feito excelente temporada com o Flamengo.
Até 2020, quando a equipe defende o título da Copa América e também disputa as Eliminatórias, Tite tem tempo para entender os problemas que estão acontecendo. Esses quatro amistosos serviram de alerta de que algo precisa mudar, seja dentro de campo ou fora dele. Por isso, vale a pena ficar ligado nos próximos passos do Brasil, principalmente com mais dois amistosos confirmados para o mês de novembro, contra Argentina e Coreia do Sul.