O mercado de crédito do Brasil está sofrendo muitas mudanças, principalmente nos últimos anos, no que diz respeito ao acesso dos consumidores à este tipo de serviço.
Conseguir um empréstimo, há uma década atrás, por exemplo, era uma transação que exigia muita burocracia, e que o cliente fosse portador de vários requisitos. Porém, vêm ocorrendo uma recente desintermediação dos empréstimos de corporações, que está sucedendo do lado de fora dos bancos tradicionais.
Alguns aspectos que tem haver com a estrutura influenciam este atual momento, um deles, e muito importante é a diminuição da intervenção do Estado nacional no financiamento a entidades, que antes era realizado por meio do BNDES e de bancos públicos. Outros fatores importantes e que atraem muitos consumidores é que há a possibilidade de obter um longo período de tempo para pagar o empréstimo, e também a um custo de baixas taxas de juros mensais.
Com o desenvolvimento constante da tecnologia, e o reflexo consequente disso na economia do Brasil, atualmente a desintermediação do crédito tem explodido no mercado financeiro, atraindo não somente trabalhadores assalariados, como também os autônomos. O público que está sendo mais beneficiado são as empresas de médio porte, que acreditam que por meio da diminuição de gastos poderão atender todas as suas demandas por crédito. Para os empreendimentos que são de menor porte também existem bastantes ofertas atrativas e convenientes neste mercado.
Esta desintermediação do sistema crediário é comparada a como funciona o serviço do aplicativo Uber, no qual uma empresa ou indivíduo que possui dinheiro empresta a outro, ou instituição que não detém . Sobre este quesito Margot Greenman, atual presidente e cofundadora da Captalys (empresa que faz a infraestrutura para o sistema de crédito direto), defendeu que a distinção do Uber, o capital não irá de uma pessoa à outra, mas sim permanecem em fundos por medida de segurança.
A Captalys é um bom exemplo destes empreendimentos que se beneficiaram com a uberização do sistema de crédito, por exemplo, a empresa já movimentou cinquenta milhões em formato de empréstimos. Nos dias de hoje, a entidade processa 1,5 milhão de transações de créditos por mês.
Assim como a Captalys, surgiram muitas outras entidades financeiras, tais como Bunge, Pague Veloz, Enova, entre outras. São instituições que se caracterizam principalmente por quase não ter burocracias e por atingirem um público mais amplo, por esta mesma razão. Assim, o sistema de crédito e o acesso à ele vai se tornando cada vez mais democratizado.
Entre o ano passado, de 2018, e o ano de 2017 o volume dos fundos creditórios, que são os que proporcionam permissão à que sejam recebidas receitas de instituições futuras, foi de aproximadamente de 5,3 bilhões de reais para 7,9 bilhões. Este valor numérico de fundos crediários corresponde a 41 para 52 no momento. Estes números ainda são inferiores a um por cento do mercado total de crédito, porém a que ser considerado que esta modalidade de empréstimo está em crescimento gradual e muito importante.