Pacote de R$ 55 bilhões para reduzir impacto econômico da pandemia de coronavírus foi anunciado neste domingo pelo presidente do BNDES, Gustavo Montezano
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai suspender a cobrança de empréstimos por seis meses e liberar novos saques do FGTS para reduzir o impacto econômico da pandemia de coronavírus no Brasil. A medida faz parte de um pacote de R$ 55 bilhões anunciado, neste domingo (22/3), pelo presidente da instituição, Gustavo Montezano, em transmissão ao vivo pela internet.
O montante equivale a todos os valores desembolsados em 2019 e a metade do caixa atual do banco de fomento, disse Montezano. Os R$ 55 bilhões, segundo ele, serão aplicados em quatro frentes para socorrer empresas em dificuldade e evitar o aumento do desemprego. A medida vai beneficiar 150 mil empresas, que têm 2 milhões de funcionários.
Saques de FGTS
Do total, R$ 20 bilhões serão transferidos do PIS/Pasep para o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), para permitir que os trabalhadores com contas vinculadas ao fundo possam fazer novos saques. O Ministério da Economia, responsável por colocar a medida em prática, anunciou na semana passada que a possibilidade estava em estudo.
O BNDES também vai suspender cobrança de empréstimos por seis meses. R$ 19 bilhões vão para refinanciamento de operações diretas e R$ 11 bilhões, para indiretas. A ideia é atender setores que têm tido muito prejuízo com a crise, como aeroportos, Energia, Transporte, Saúde, Indústria e Comércio e Serviços.
A quarta medida anunciada é a liberação de R$ 5 bilhões para ampliar a linha de crédito voltada para micro, pequenas e médias empresas com faturamento anual de até R$ 300 milhões. Com o objetivo de aumentar o capital de giro dos empreendimentos mais vulneráveis à crise, o limite de crédito por beneficiário passará dos atuais R$ 10 milhões para R$ 70 milhões por ano.
Como é uma medida emergencial, o banco não exige que as empresas especifiquem para onde irão os recursos. Os empréstimos terão carência de até 24 meses e prazo total de pagamento de 60 meses. As outras duas grandes instituições financeiras do governo, Banco do Brasil e Caixa, já haviam anunciado ampliação de crédito e corte em juros para ajudar na contenção da crise.
Fonte: Correio Braziliense