O novo decreto estadual, que prorroga as medidas de enfrentamento à Covid-19, estabelece o uso obrigatório de máscaras de proteção individual, inclusive nos transportes públicos.
Pesquisas científicas atestam que o anteparo, cirúrgico ou de fabricação caseira, reduz significativamente o risco de transmissão do novo coronavírus. Mas é preciso ficar atento quanto às especificações para a confecção caseira e ao manuseio correto, como alerta a médica especialista em controle de infecção hospitalar Maria Tereza de Freitas Tenório.
“Quando bem utilizada, a máscara significa um fator de proteção. Ela tem que ser colocada da maneira correta e ter o material adequado. É preciso, também, tomar alguns cuidados em relação a sua utilização, como, por exemplo, nunca tocar na face externa da máscara. Quando colocar ou retirá-la, utilizar as tiras. Também não se pode comer e nem mastigar chicletes e balas utilizando-a. O melhor é falar o menos possível, quando tiver usando a proteção. Outra recomendação é trocar a máscara quando tiver úmida”, citou a médica.
Gerente de Riscos e de Práticas Assistenciais da Santa Casa de Misericórdia de Maceió e vice-presidente da Associação Alagoana de Controle de Infecções Hospitalares, Tereza Tenório aprovou a obrigatoriedade do uso de máscaras e sua eficácia na contenção do avanço da doença.
“No estágio atual em que nos encontramos desta pandemia é imprescindível que toda a população tome consciência dessa necessidade. É uma medida extremamente necessária de proteção da população em geral”, enfatizou.
Mas, se mal utilizada, a máscara pode significar mais um meio de contaminação, alerta Tereza Tenório.
“Na hora que você toca na parte externa da máscara, pode também contaminar suas mãos e levá-la aos olhos, nariz e boca. Também é preciso ter muito cuidado na hora de retirá-la e lavá-la. Deve-se sempre colocar em água sanitária por pelo menos por 30 minutos e depois lavá-la com água e sabão, colando para secar antes de reutilizar, quando se tratar de máscaras caseiras, recomendadas pelo Ministério da Saúde, mas que têm de seguir todos os critérios de fabricação: material, tamanho e ajuste adequados ao rosto”, citou, acrescentando que o isolamento social ainda é a mais eficaz medida para conter o avanço da Covid e não colapsar o sistema de saúde.
“Não adianta usar máscara se estivermos fazendo contatos proximos, porque esse micro-organismo, além da transmissão respiratória, pode ser transmitido por contato. Isso é importante que se saiba para que se tenha cuidado com o contato pessoa a pessoa e com superfícies contaminadas”, ressaltou a médica que faz parte do Grupo Técnico de Enfrentamento ao Coronavírus (Covid-19) em Alagoas.
Barreira contra a transmissão
O Ministério da Saúde divulgou, em abril, orientações sobre o uso de máscaras para ajudar na prevenção contra o novo coronavírus. Conforme as diretrizes, a utilização dos modelos de pano, confeccionados artesanalmente, também funciona como barreira contra o agente causador da Covid-19 e devem ser preferencialmente utilizados pela população.
Já as máscaras cirúrgicas devem ser reservadas aos profissionais da saúde, que estão linha de frente do combate à doença. Eles enfrentam, em todo o planeta, a escassez do produto devido à pandemia.
Estudos revelam que a máscara caseira, feita com tecido de algodão, reduziu em até 78% a eliminação de microrganismos no ambiente, impedindo que as partículas sejam transportadas pelo ar, além de limitar o contato das mãos com boca e nariz, através de uma barreira física.
Uma campanha digital pela mobilização da população para fabricar as próprias máscaras de pano também foi lançada pelo Ministério da Saúde, que disponibilizou orientações para a confecção do aparato de proteção. Saiba mais acessando o link: https://www.saude.gov.br/images/pdf/2020/April/02/Minist–rio-da-Sa–de—Nota-t–cnica-sobre-uso-de-m–scara-caseiras.pdf
A máscara caseira precisa, para ser eficiente, seguir algumas especificações, como, por exemplo, possuir ao menos duas camadas de pano (dupla face) e ser de uso individual. Os materiais para confecção podem ser tecidos de algodão, tricoline, TNT, dentre outros, desde que cubram totalmente o nariz e a boca, sejam higienizados corretamente e que as máscaras estejam bem ajustadas ao rosto, sem deixar espaços nas laterais.
Ministério da Saúde recomenda
1. O uso da máscara caseira é individual, não devendo ser compartilhada entre familiares, amigos e outros.
2. Coloque a máscara com cuidado para cobrir a boca e nariz e amarre com segurança para minimizar os espaços entre o rosto e a máscara.
3. Enquanto estiver utilizando a máscara, evite tocá-la na rua, não fique ajustando a máscara na rua.
4. Ao chegar em casa, lave as mãos com água e sabão, secando-as bem, antes de retirar a máscara.
5. Remova a máscara pegando pelo laço ou nó da parte traseira, evitando tocar na parte da frente.
6. Faça a imersão da máscara em recipiente com água potável e água sanitária (2,0 a 2,5%) por 30 minutos. A proporção de diluição a ser utilizada é de 1 parte de água sanitária para 50 partes de água (Por exemplo: 10 ml de água sanitária para 500ml de água potável).
7. Após o tempo de imersão, realizar o enxágue em água corrente e lavar com água e sabão.
8. Após lavar a máscara, a pessoa deve higienizar as mãos com água e sabão.
9. A máscara deve estar totalmente seca para sua reutilização.
10. Após secagem da máscara, utilize o ferro quente e acondicione em saco plástico.
11. Trocar a máscara sempre que apresentar sujidades ou umidade.
12. Descartar a máscara sempre que apresentar sinais de deterioração ou funcionalidade comprometida.
13. Ao sinal de desgaste da máscara, esta deve ser inutilizada e nova máscara deve ser feita.
Agência Alagoas