A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem aprovou nesta quarta-feira (28) convocações para depoimentos sobre os danos ambientais causados em Maceió pela extração mineral pela empresa petroquímica Braskem. Uma das oitivas será com o diretor presidente da empresa, Roberto Bischoff.
A convocação do presidente da Braskem teve como origem um requerimento protocolado pelo senador Rodrigo Cunha (Podemos). Cunha também teve aprovado requerimentos de sua autoria para a convocação dos seguintes depoentes:
– Thales Sampaio, coordenador dos estudos da antiga Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM, atual Serviço Geológico do Brasil), que concluíram pela responsabilização da Braskem no desastre;
– Mauro Henrique Moreira Sousa, diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM)
– Wolnei Wolff Barreiros, chefe da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
“Vamos exigir explicação e esclarecimentos detalhados do presidente da Braskem. Muito ainda precisa ser investigado e o principal: as famílias atingidas e a cidade de Maceió precisam ver justiça sendo feita, com mais reparações pelo imenso dano causado pela empresa”, afirmou Rodrigo Cunha.
A votação dos requerimentos ocorreu com a retomada da reunião dessa terça-feira (27), que foi suspensa pelo presidente da CPI, o senador Omar Aziz (PSD-AM). Com as convocações, também serão ouvidos pela CPI:
– Marcelo Arantes, diretor de comunicação da Braskem;
– José Geraldo Marques, ativista em ecologia, pós-doutor em meio ambiente e vítima da evacuação dos bairros atingidos;
– Abel Galindo Marques, engenheiro civil e professor aposentado da Universidade Federal de Alagoas;
– Natallya de Almeida Levino, professora da Universidade Federal de Alagoas.
A extração do mineral sal-gema ocorre desde os anos 1970 nos arredores da Lagoa Mundaú, na capital alagoana. Desde 2018, os bairros Pinheiro, Mutange, Bom Parto, entre outros que ficam próximos às operações da Braskem, vêm registrando danos estruturais em ruas e edifícios, com afundamento do solo e crateras. Mais de 14 mil imóveis foram afetados e condenados. As atividades de extração foram encerradas em 2019, mas os danos persistem, afetando milhares de pessoas.
Com assessoria